Reformas aumentam riscos à saúde dos frentistas

A precarização da mão de obra, futura consequência das reformas do governo Temer, vai afetar a saúde dos trabalhadores que laboram em locais insalubres e periculosos. Na Bahia, o Sindicato dos Frentistas intensificou a campanha Não Passe dos Limites, nos postos de combustíveis, vinculando os debates da saúde com as consequências das reformas do governo Temer.

Por Estefânia de Castro

Campanha na Bahia pela segurança laboral

Mesmo com a agenda política intensa, que exige um enfrentamento diário do movimento sindical, os Sindicatos dos Frentistas em todo o país continuam priorizando a saúde do trabalhador de postos de combustíveis e lojas de conveniência e investindo em projetos que garantam mais segurança no ambiente laboral.

Há duas semanas, o sindicato da categoria na Bahia (SINPOSBA) realiza a campanha “Não Passe do Limite – complete o Tanque só até o automático”, para conscientizar os trabalhadores de postos de combustíveis e lojas de conveniência sobre como adequar o ambiente laboral para reduzir a exposição ao benzeno. Na próxima sexta-feira (12), a campanha chega ao município de Feira de Santana, no interior da Bahia.

A campanha, que conta com o apoio do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), é realizada no momento em que o Congresso Nacional debate projetos que vão precarizar a mão de obra, e dessa forma aumentar os riscos de danos à saúde do trabalhador. Segundo o secretário de Saúde e Segurança da Federação Nacional dos Frentistas (FENEPOSPETRO) e também diretor do SINPOSBA, Lázaro Souza, as entidades estão acumulando forças para o enfrentamento contra a precarização das relações de trabalho que afetam diretamente a saúde do trabalhador.

Lázaro Souza diz que a reforma da previdência contraria o princípio da aposentadoria especial, que garante o afastamento do trabalhador do meio ambiente insalubre ou periculoso antes do adoecimento. De acordo com o secretário, a proposta do governo feri as Convenções 136 e 139 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A convenção 136 aplica-se a todas as atividades que acarretem a exposição ocupacional do trabalhador ao benzeno, enquanto a 139, trata da prevenção e o controle de riscos profissionais causados pelas substâncias ou agentes cancerígenos.

O dirigente frisa que se continuar omitindo o risco no ambiente de trabalho na Proposta de Emenda Constitucional da previdência, os sindicatos poderão denunciar o descumprimento das convenções à OIT e a Organização Mundial da Saúde (OMS). Ele afirma que se a reforma da previdência for aprovada do jeito que está, os trabalhadores de postos de combustíveis poderão recorrer à Justiça para garantir o direito a aposentadoria especial.