Publicado 11/06/2017 12:24

Inútil prender-te nos versos
Se tu voas inalcançável
Lira de malditos expropriados
Cantar-te traz inquietudes
Lembranças de lutas infindas
O gesto de quem não abdica do sonho
Se a morte te ceifou tão cedo
Encantaste-te nas correntes dos rios
Que matam a sede dos que lutam
Impossível ter-te morto inertemente
Se a vida não deixa que tu morras
Se nesses dias de trevas brilham tuas ideias
São muitos os que trilham a picada que abriste
Além da mata emprestando a tua coragem
Em busca da manhã que sempre volta
Belém, 10 de junho de 2017