Estudantes debatem feminismo e democracia no Congresso da UNE

Importantes representantes do movimento feminista se reuniram para debater Feminismo e Democracia durante o primeiro dia do Congresso da UNE (Conune), realizado em Belo Horizonte, Minas Gerais. As palavras que permearam o debate são uníssonas: o processo democrático depende da participação feminina.

Por Marina Meireles*

Lucia Rincon - Karla Boughoff/ Cuca da UNE

Composta por Lucia Rincon, presidenta da União Brasileira de Mulheres, Manô Millos, do Não Tem Conversa e Agora que são Elas; Adriana Sales, doutoranda em Gênero e Educação pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul-UFMS, Márcia Campos, ex-presidenta da Confederação das Mulheres do Brasil, Anne Karolyne Moura, Secretária de Desenvolvimento Social do PT, Bernadete Monteiro, representante da Marcha Mundial de Mulheres, Elizabeth Zorgetz, secretária Geral da JSB Feminista; Indira Ivanise Xavier, da Casa de Referência da Mulher, e Tina Martins.

Bernadete Monteiro, representante da Marcha Mundial de Mulheres e uma das sete mulheres convidadas para participar da mesa, ao comentar a conjuntura política do Brasil, afirmou: “Sem feminismo não há a construção de um outro projeto de sociedade, não há projeto popular no Brasil”. A luta das mulheres contra o sexismo nas estruturas políticas é um desafio de todos os campos, segundo Anne Karolyne Moura, secretária de Desenvolvimento Social do PT: “Tem machismo em todos os lugares, tem na esquerda, tem na direita, porque isso é uma cultura”.

Os retrocessos que o Brasil enfrentou desde o golpe, têm uma faceta cruel, em especial, para cada minoria. Adriana Sales, travesti e doutoranda em Gênero e Educação pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, afirma que para além de um retrocesso, foi barrar as tentativas de conquistas de direitos da população travesti e transexual, tudo que havia sido conquistado nos últimos 20 anos de luta.

Em um momento de grandes lutas contra os retrocessos que foram debatidos na atividade, é sempre importante reforçarmos que a diretoria executiva da UNE é feminina e feminista, mulheres com muita coragem, e está na linha de frente da defesa da democracia brasileira e na construção de espaços menos machistas nas nossas universidades.