Aumenta a repressão policial contra atos antirreformas

Porto Alegre, Vitória, São Paulo, Aracaju, Florianópolis e São José dos Campos são algumas das cidades que registraram atos de violência e abuso de autoridade contra os manifestantes nesta sexta-feira (30), Dia Nacional de greves e paralisações contra as reformas. Ativistas denunciaram prisões, agressões, uso de bombas de gás e ameaça com armas letais. Alguns desses momentos foram flagrados por fotógrafos de movimentos colaborativos.

violência policial na paulista 30 de junho

Desde as 16h centenas de manifestantes se dirigiam à avenida Paulista, em São Paulo, para participar do ato contra as reformas reunindo centrais sindicais e organizações das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. No final da tarde, a Polícia Militar reprimiu um ato de estudantes que se encaminhava para a Paulista. Segundo a Mídia Ninja foram detidas 9 pessoas e um manifestante foi alvo de agressões da PM.



Interior de São Paulo
De acordo com informações da Mídia Ninja, ativistas que participavam de protestos na cidade de São José dos Campos foram detidos pelo delegado Rodrigo Azevedo e encaminhados ao 1º Distrito Policial, no centro da cidade. 
“Vamos passar por reconhecimento dos lojistas, que alegam abordagem truculenta”, relata a ativista Nancy Oliveira, que também está detida, sobre a passeata que percorreu as ruas do centro da cidade e que pedia para que os comerciantes abaixassem as portas em apoio à luta por direitos trabalhistas e a aposentadoria.



Ativistas detidas em São José

Florianópolis

Na capital Catarinense, o vice-presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde (SindSaúde/SC) Djeison Stein e dois estudantes foram atingidos com balas de borracha na cabeça e na perna em ação da Policia Militar do Estado durante desbloqueio da Ponte Pedro Ivo. Os manifestantes foram atendidos no hospital regional e passam bem. Mesmo com a repressão policial, os atos contra as reformas em Florianópolis seguiram até o parque dos Coqueiros, no continente.
Porto Alegre
Segundo informações do Sul21, a ação da Brigada Militar em Porto Alegre que começou com a prisão de sindicalistas terminou com o enquadramento na lei antiterrorismo do professor Altemir Cozer, ex-vice-presidente do Centro de Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers) e integrante da executiva estadual do CSP-Conlutas. O militante foi preso junto com mais dois dirigentes da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) que foram soltos. Altemir foi enquadrado por ”posse de explosivos”.
O presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, afirmou que a prisão dos dirigentes foi feita por agentes da inteligência da Brigada Militar infiltrados nas manifestações.
Alexandre Dias, servidor público municipal de Porto Alegre e coordenador sindical do Departamento Municipal de Águas e Esgotos (DMAE) confirmou que havia muitos infiltrados no piquete da empresa de ônibus Carris. “Em determinado momento, eles começaram a agredir nossos companheiros sem que eles tivessem praticado qualquer atitude violenta. Já chegaram batendo e jogando bombas”.
Advogados atuavam desde a tarde desta sexta-feira para tentar a liberação do dirigente da CSP-Conlutas.
Sergipe
No município de Riachuelo, em Sergipe, um policial militar aparece em meio a uma manifestação desta sexta apontando para o alto um revólver. As imagens mostram visível descontrole do grupo de PMs.



Direito de manifestação

Após a agressão aos sindicalistas em Porto Alegre, as nove centrais sindicais divulgaram nota condenando a ação que definiram como truculenta e desproporcional. 
“Os PMs atacaram os manifestantes que atuavam de maneira pacífica nos locais com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha, de forma intolerante e desproporcional”.
 
A nota continua dizendo que: “Não serão estas atitudes covardes e arbitrárias que nos intimidarão de lutar de forma cada vez mais intensa e segura na defesa da democracia, do livre direito de manifestação e de greve, contra as Reformas da Previdência e Trabalhista.”