Reunião do G20 em Hamburgo pode ser conflituosa

Com a saída de Michel Temer e de Salman Bin Abedelaziz (rei da Arábia Saudita) as reuniões de cúpula em Hamburgo contarão com menos países e possivelmente com alguns conflitos entre os países.

g20

 A 12ª Reunião de Cúpula do G20, ocorrerá nos dias 07 e 08 de julho de 2017, na cidade de Hamburgo (Alemanha). O G20 é um grupo constituído por ministros da economia e presidentes de bancos centrais dos 19 países de economias mais desenvolvidas do mundo (África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia), mais a União Europeia.

Todavia, o G20 esse ano promete virar G18. Isso ocorre primeiro porque Michel Temer anunciou sua ausência alegando a “necessidade de cuidar da agenda interna”. O temor do presidente é de que a reforma trabalhista – uma de suas iniciativas mais danosas ao povo brasileiro – tenha sua aprovação colocada em risco. Além disso, o Planalto mobiliza todas as suas forças para tentar derrubar a denúncia contra Temer na Câmara dos Deputados. A notícia para o cenário internacional é boa, afinal nenhum chefe de estado tem a pretensão de posar ao lado de alguém que acaba de ser denunciado por corrupção como Michel Temer.

O segundo líder a se ausentar das reuniões em Hamburgo é o rei Salman bin Abdelaziz da Arábia Saudita, informou o Governo alemão. O motivo não foi especificado pelo país anfitrião, mas provavelmente tem a ver com as acusações de terrorismo no boicote da Arábia Saudita e outros países árabes a Catar.

Outra questão que assola a reunião, são os protestos antiglobalização que estão sendo organizados em Hamburgo. As autoridades alemãs estão se preparando para possíveis problemas e evitando que aconteça alguma casualidade. (Esta frase pode ser melhorada, até porque não se pode falar em casualidade já que são manifestações que estão sendo preparadas. Talvez caiba detalhar um pouco mais o que seriam os protestos e quem os organiza).

Angela Merkel, chanceler alemã, fala das prioridades do país europeu para a reunião: "Não é apenas sobre crescimento (econômico) mas, em vez disso, sobre crescimento sustentável", disse Merkel. “Nós teremos que apresentar uma situação vantajosa para todos. Os assuntos obviamente giram em torno da questão: como nós atingimos o desenvolvimento inclusivo ou sustentável?".

Já para Xi Jinping, presidente chinês, o G20 deve aderir ao desenvolvimento aberto, apoiar o sistema de comércio multilateral com a Organização Mundial do Comércio no núcleo e o rápido comércio e investimento para continuar a desempenhar o papel de motor do crescimento econômico mundial. Segundo ele: "Enquanto pudermos nos incluir e tolerar uns aos outros e oferecer ajuda um ao outro, poderemos continuar a avançar e alcançar a outra margem, não importa se o tempo estiver ensolarado ou chuvoso", disse.

Enquanto a Alemanha e a China parecem levar bons acordos para a reunião do G20, Trump, que tem os dois países como importantes parceiros de troca, está disposto a ignorar os conselhos e planos do seu governo para manter as trocas comerciais globais instituídas e, em vez disso, avançar com uma guerra econômica com o resto do mundo,  ele pretende criar tarifas de 20% sobre uma série de importações, a começar pelo aço, que podem ser alargadas às encomendas de produtos como alumínio, semicondutores, papel e eletrodomésticos.

As diferentes visões entre os países e questões internos diminuiu o G20 esse ano. Agora resta saber se as reuniões serão frutíferas ou se trarão mais conflitos.