Com 25 anos de queda, fome no mundo volta a aumentar
A melhoria de um quarto de século na vida da população de diversos continentes teve agora um retrocesso com o aumento da fome no mundo.
Publicado 07/07/2017 15:30

O brasileiro diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) Graziano advertiu, num discurso em Roma, que 60% daqueles que enfrentam a fome hoje estão em países afetados por conflitos ou mudanças climáticas. Num total, 19 países vivem uma situação considerada como crítica, seja por guerras, secas ou enchentes.
A má-nutrição nos países mais pobres caiu de 23,3% para 12,9% em 25 anos, num avanço inédito na história contemporânea. Mas hoje, diante das novas crises, essa taxa voltou a aumentar. Na avaliação do brasileiro, a “única opção para muitos tem sido a de aumentar a estatística da migração”.
As políticas anti-imigrações de países ricos foram criticadas por ele que alertou que a melhor medida é garantir que as pessoas poderão produzir em suas terras e em seus países e não coloca-las em acampamentos.
“Hoje, mais de 800 milhões de pessoas estão má-nutridas e infelizmente esse número voltou a crescer de novo”, alertou Graziano, logo, não adianta apenas os países se comprometerem mas sim cumprirem o que estão falando.
Numa mensagem lida pelo cardeal Pietro Parolin, o papa Francisco alertou que chegou a hora de a comunidade internacional reconhecer que a fome “não é natural” e que é “causado pela indiferença de muitos ou o egoísmo de uns poucos”.
“As guerras, atos de terrorismo e deslocamentos forçados que minam a cooperação não são inevitáveis. Mas sim são consequências de decisões concretas”, alertou.
Para ele, a ONU ou outras entidades internacionais precisam intervir quando fica claro que um país não é capaz de alimentar sua população.
Por fim, é possível haver comida e moradia para todos, mas o nosso egoísmo e sistema de governo adotado pela maior parte do mundo, faz com que as desigualdades entre indivíduos sejam extremas. Se de um lado a comida é jogada no lixo por ter estragado porque ninguém a comprou, por outro, a fome cresce.