Temer não tem política para combustíveis renováveis, reclamam patrões

O empresariado continua chiando em relação ao aumento de impostos dos combustíveis. Desta vez, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) criticou a decisão do governo de Michel Temer de aumentar a alíquota do Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) dos combustíveis. De acordo com a entidade, as alterações de tributos irão prejudicar a competitividade do etanol em relação à gasolina.

Etanol

“Infelizmente, o que se constata nessa decisão do governo é que não há qualquer traço de política pública para viabilizar o consumo de combustíveis renováveis. Se houvesse, o etanol teria ficado fora desse aumento de tributos”, avalia a Unica. Ao anunciar o aumento, o governo disse que foi necessário por causa da queda na arrecadação.

A Unica enfatizou que a medida "deveria preservar a relação de 70% do preço do etanol em relação à gasolina, o que faz com que o álcool combustível seja mais vantajoso para a utilização em carros flex".

Antes da declaração da Unica, outras entidades representantes da indústria, como Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e Confederação Nacional da Industria (CNI) haviam reclamado. Segundo as entidades, o aumento não vai resolver a crise e vai aumentar o custo das empresas. 

Em sinal de protesto contra a medida do governo, a Fiesp voltou a colocar o pato amarelo do velho bordão de que os empresários "não querem pagar o pato".

Aumento para fechar a conta

A justiticativa do governo para o aumento dos impostos é compensar as dificuldades fiscais. Dessa forma, a nova alíquota de PIS Cofins sobre a gasolina vai passar de R$ 0,3816 por litro para R$ 0,7925. No caso do PIS/Cofins sobre diesel sobe R$ 0,2480 para R$ 0,4615 e o etanol, a alíquota ao produtor sobe de R$ 0,12 para R$ 0,1309 e no caso do distribuidor de zero para R$ 0,1964.