Sem saber o que fazer com o pato, Skaf se reúne com Temer

O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf (PMDB-SP), um dos principais fiadores do golpe contra o mandato da presidenta Dilma Rousseff, se reuniu neste domingo (23) durante quatro horas com Michel Temer, em São Paulo.

Pato murcho da Fiesp - Reprodução/Facebook

Skaf saiu do encontro sem falar com a imprensa, mas na semana passada divulgou uma nota afirmando apenas estar "indignado" com a decisão da equipe econômica de aumentar impostos para tentar cumprir a meta fiscal de 2017.

Bem diferente da sua conduta em 2015, quando especulações da grande mídia de um eventual aumento de impostos para ajustar as contas, Skak encabeçou uma campanha chamada "Diga não ao aumento de imposto" com o slogan "#nãovoupagaropato". No lançamento, Skaf falou com a imprensa, enquanto dezenas de empresários seguravam a imagem de um pato com o título da campanha.

A reunião com Temer acontece após o governo elevar o PIS/Cofins sobre os combustíveis sob o argumento de arrecadar mais R$ 10 bilhões com a medida.

Além de Skaf, Temer recebeu o economista e ex-ministro da Fazenda, Delfim Netto, e seu advogado, Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, que o defende das acusações da delação da JBS. Aliás, Skaf – que defendeu o impeachment sem crime de responsabilidade – disse recentemente que Temer não cometeu crime de corrupção passiva apontando pela Procuradoria-Geral da República. Ele disse que a acusação é baseada em "suposições".

Insatisfação

Já o presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o ex-ministro Guilherme Afif Domingos, afirmou que, diferentemente do discurso de Temer, a economia brasileira continua com dificuldades para se recuperar.

Ao comentar sobre a alta nas alíquotas do PIS/Confins ele diz que "qualquer aumento de tributo não corresponde ao aumento da arrecadação".

"O governo esperava que, com o teto de gastos, o país tivesse condições de equilibrar as contas públicas, e isso influiria diretamente na taxa de juros. Com a taxa de juros em queda, teríamos um reânimo da economia, no qual se consolidaria o aumento da arrecadação. Mas acontece que o aumento da arrecadação não aconteceu e os gastos previstos continuaram aumentando", afirmou Afif.