Movimentos protestam nesta terça contra privatizações de Doria

Prefeito quer entregar um verdadeiro talão de cheques em branco a operadores privados, afirma presidente municipal do PT, Paulo Fiorilo, que também integra o Fórum em Defesa da Cidade

Projetos ainda devem passar por votação em segundo turno na Câmara paulistana, em agosto - REPRODUÇÃO/JDORIA/FACEBOOK

Movimentos organizados da sociedade civil realizam nesta terça-feira (1) um ato contra a agenda de privatizações em curso na cidade de São Paulo. Intitulada "São Paulo não está à venda: o prefeito João Doria (PSDB) quer entregar o patrimônio público", a mobilização será realizada a partir das 14h em frente à Câmara Municipal, no Viaduto Jacareí, próximo ao metrô Anhangabaú, região central da capital.

“O prefeito tucano quer entregar um verdadeiro talão de cheques em branco à iniciativa privada”, afirma o presidente municipal do PT, Paulo Fiorilo, que também integra o Fórum em Defesa da Cidade, um dos organizadores do ato. O Fórum reúne movimentos sociais, sindicatos, partidos políticos e coletivos de ciclistas, grafiteiros, artistas e intelectuais.

Em nota, o Fórum ataca projetos de Doria, que estão passando por audiências públicas desde a semana passada na Câmara. “Doria conseguiu aprovar em primeira votação dois projetos que privatizam o patrimônio público da cidade. O Projeto de Lei (PL) 364 concede o Pacaembu para a iniciativa privada e o PL 367 envolve o sistema de Bilhete Único, mercados e sacolões municipais, parques, praças e planetários, páteos de estacionamento de veículos, sistema de compartilhamento de bicicletas e o mobiliário urbano municipal.”

Os projetos ainda devem passar por votação em segundo turno na Casa em agosto. “O patrimônio público está em risco; por este motivo, movimentos farão manifestações contra a venda da cidade”, completa Fiorilo.

Hoje, a audiência pública discute as privatizações e concessões relativas ao mobiliário urbano da cidade. Na área externa, uma outra manifestação está agendada para as 18h, carregando o mesmo mote de oposição. “SP não se vende: em defesa do patrimônio público” contou com a organização do mandato da vereadora Sâmia Bomfim (Psol). “Muita gente da cidade não sabe que várias praças e parques podem passar para a iniciativa privada. Nós defendemos um plebiscito para que a população decida”, afirma a vereadora.

“No dia 29 de junho, tivemos a primeira etapa da votação. No começo do dia, vários vereadores disseram que o projeto era inconsistente, vago e sem informações. Nossa sessão foi suspensa por três horas e, no final da noite, vários vereadores mudaram de ideia e aprovaram os projetos às 3h”, continua Sâmia sobre manobras da gestão Doria para garantir a aprovação dos projetos.

A vereadora afirma ainda que Doria atuou pelas privatizações sem mesmo consultar o parlamento municipal. “Antes mesmo de votarmos, já estava aberta a possibilidade de empresários oferecerem propostas do que fazer com o Pacaembu. Ou seja, estava tudo combinado entre empresas e a prefeitura para as privatizações”, critica. Além da vereadora, participam do ato a Rede Novos Parques, trabalhadores da SPTuris, a Associação dos Mercados Públicos de São Paulo, a Viva Pacaembu Hoje, a Minha Sampa e a Associação Interlagos Hoje.