Publicado 07/08/2017 15:19
Professores e alunos da rede estadual do Rio de Janeiro foram pegos de surpresa na volta às aulas na semana passada. A Secretaria de Estado da Educação decidiu fechar turmas em diversas escolas e de acordo com uma nova regra editada pretende também fechar escolas que funcionem próximas de outras unidades. Nesta terça-feira, os profissionais de educação realizam uma paralisação de 24 horas. A professora Lucília Aguiar denuncia os prejuízos causados à educação pública e a falta de respeito com os professores, que vão ter que ser realocados.
"Esses professores tem que se realocar em outras escolas num prazo de seis dias, ou então, pedirem exoneração. Eles estão forçando uma barra para ter uma exoneração em massa e já iniciar o processo de contratação sem ser por concurso público. Vamos ter um segundo semestre muito difícil", denuncia.
Em algumas escolas o corte chega a dez turmas. A coordenadora do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação, o Sepe, Dorotéa Santana, destaca que muitos estudantes podem ficar sem aulas.
"É um crime fechar escolas e fechar turmas. Por mais que haja turmas com oito alunos, a Secretaria tem que ter um plano estratégico para dar conta da evasão escolar. A resposta não pode ser fechar turmas. O que isso ajuda? Ajuda na economia dos cofres públicos, pedagogicamente não ajuda em nada", alerta.
O Sepe afirmou que vai ingressar com uma ação na Justiça para reverter o fechamento das turmas. No final de junho, durante audiência pública na Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Estado do Rio, o Sepe denunciou que a chamada reestruturação atinge mais de 100 escolas. A Radioagência Brasil de Fato entrou em contato com a Secretaria Estadual de Educação, mas não houve resposta até o fechamento desta reportagem.