Governo adota medidas que alimentam crise, diz dirigente da CTB

Nesta quinta-feira (10) foi a vez das centrais sindicais debaterem o manifesto do Projeto Brasil Nação, idealizado pelo economista Bresser Pereira e que tem como signatários o embaixador Celso Amorim e o compositor Chico Buarque, entre outros representantes de vários segmentos da sociedade. Os dois primeiros estiveram presentes ao encontro que aconteceu no Centro de Mídia Barão de Itararé.

Por Railídia Carvalho

Debate Manifesto Brasil Nação com sindicalistas no Barão agosto 2017

Nivaldo Santana, vice-presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), avaliou positivamente a agenda em entrevista ao Portal Vermelho. “Aspecto principal a ser destacado foi a ênfase no resgate do sentido de nação e desenvolvimento, dois pilares essenciais de um projeto nacional democrático”.

De acordo com o sindicalista, a saída da crise passa em primeiro lugar por “desatar o nó político”. “Só um governo eleito terá legitimidade para reverter a crise econômica, a partir de um pacto entre o trabalho e a produção que coloque no centro juros baixos, para aumentar investimentos, câmbio competitivo para reverter a desindustrialização, valorizar os salários e medidas emergenciais para gerar emprego”.

O aumento do déficit fiscal para R$ 159 bilhões, que vem sendo cogitado no mercado, é causado pela recessão econômica, afirmou Nivaldo.

“As taxas de juros abusivas, a queda dos investimentos e a liquidação de cadeias produtivas estratégicas prolongam as dificuldades econômicas”, avaliou.

Para o dirigente da CTB, o governo de Michel Temer caminha na contramão e joga sobre os trabalhadores o peso da crise. “Congelar por vinte anos os gastos sociais, arrochar salário do funcionalismo, aprovar a reforma trabalhista e avançar também com a reforma da Previdência fazem parte do cardápio indigesto do governo, agenda feita contra os interesses do povo e em benefício dos rentistas”.