Sindicalistas: Política de Temer é responsável por rombo nas contas

Ficou para a próxima semana o anúncio da meta fiscal, que deverá aumentar para R$ 159 bilhões o deficit nas contas públicas, previsto anteriormente em R$ 139 bilhões. Segundo lideranças e consultores do movimento sindical, o governo é o principal responsável pelo rombo. Diante desse cenário, o que espera o trabalhador é um profundo ajuste que agrava o desemprego, aumenta impostos, promove ataques aos trabalhadores do serviço público e pressiona pela reforma da Previdência.

Por Railídia Carvalho

Centrais unificadas contra taxa de juros - CTB

“O deficit nas contas neste ano será de R$ 139 bilhões. Mas o ilegítimo governo Temer quer aumentar em mais 20 bilhões. Tudo isso, para responder à pressão do mercado e satisfazer a ânsia do rentismo”, declarou Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

Adilson afirmou que “a política entreguista de Temer prossegue alimentando o desastre econômico”. Para o dirigente, o governo quer na prática desmontar o Estado Nacional. “Na pauta estão as privatizações, cortes de direitos, desemprego em massa; e a extinção do maior programa de inclusão social; a Previdência Social”, denunciou o presidente da CTB.

Em artigo, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, afirmou: “O aumento do rombo é uma demonstração inequívoca da má-fé, incompetência e política econômica desastrosa do ilegítimo e golpista Temer. Ele assumiu dizendo que colocaria as contas do país em dia. Na época, meados de 2015, tínhamos desajustes pontuais na economia. Atualmente, o cenário é de profunda recessão. E Temer, agora fala que as contas serão equilibradas apenas em 2020”.

O diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz, comparou o cenário econômico do país a um paciente na UTI. “Foram deixando o quadro ficar tão grave que o paciente teve que ir pra UTI. Se há alguém que tem que dar a partida para o país retomar o crescimento é o Estado mas fez exatamente o contrário”, analisou.

“Não temos obras, houve cortes no orçamento da educação e saúde, não tem investimento do governo para fazer girar a economia. O quadro só vai se agravar. Quem está empregado agora, com a reforma trabalhista vai ser pressionado a reduzir direitos”, disse.

A previsão de aumento do deficit provocou críticas do empresariado, que aproveitam a crise para pressionar pela aprovação da reforma da Previdência. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou que pretende votar a reforma até setembro.