Retrocesso de Temer leva centenas de pessoas ao Grito dos Excluídos

Milhares de manifestantes tomaram as ruas do país para participar da 23º edição do Grito dos Excluídos nesta quinta-feira (7 de setembro), Dia da Independência do Brasil. Moradia, saúde, educação e defesa de direitos dos trabalhadores foram algumas das reivindicações dos atos, que rechaçaram a agenda de retrocesso de Michel Temer.

Grito dos Excluidos - Paulo Pinto/AGPT

“Por direitos e democracia, a luta é todo dia”, movimentos populares e setores da igreja católica denunciaram a situação do desemprego, a exclusão social e o ataque aos direitos trabalhistas e previdenciários.

As palavras de ordem dos manifestantes foram “Fora, Temer” e “Fora, Doria”. O protesto, que reuniu cerca de 10 ml pessoas, repudiou as propostas de privatização anunciados pro Temer e João Doria, prefeito de São Paulo.

Os manifestantes também levaram malas cheias de notas falsas de dinheiro, em referência aos R$ 51 milhões encontrados em um apartamento em Salvador pela Polícia Federal que seriam do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB).

“Até a Casa da Moeda o governo golpista de Temer está querendo entregar ao capital financeiro internacional”, denunciou Hugo Fanton, coordenador da CMP (Central de Movimentos Populares), um dos organizadores do ato.

No Rio de Janeiro, os manifestantes tomaram a Praça Mauá. Empunhando bandeiras, cartazes e faixas, os manifestantes marcharam pelas ruas da região central para rechaçar a política de retrocessos do governo.

“É o momento que se marca o grito de independência, mas ao mesmo tempo o grito de não exclusão. A palavra exclusão está absolutamente encaixada na realidade brasileira: exclusão do voto, da Constituição e dos direitos”, afirmou a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que participou dos atos.

Manifestantes tomaram ruas e praças da região central de Belo Horizonte contra as reformas propostas pelo governo federal, como as mudanças na legislação trabalhista e no sistema previdenciário.

Os manifestantes marcharam da praça da Rodoviária até a Praça Sete passando pelo Mercado Central e culminando no obelisco da Afonso Pena.

“O povo de Belo Horizonte está nas ruas para dizer basta ao entreguismo, basta de exclusão”, afirmou a deputada Jô Moraes.

Em Curitiba, no Paraná, a concentração foi na Paróquia São João Batista, no Rebouças, e seguiu em marcha até em frente ao Jardim Botânico, passando pela comunidade Vila das Torres.

Em Brasília, no Distrito Federal, mas de 2 mil manifestantes desceram a Esplanada dos Ministérios em direção ao Congresso Nacional.

“O presidente não sai na rua mais sem ser vaiado. Ele não tem legitimidade para fazer mudanças estruturais no país”, destaca Eduardo Luiz Zen, um dos organizadores do ato.

No Recife, manifestantes marcharam da Praça do Derby pelas ruas do centro da capital pernambucana. A manifestação foi organizada pelas centrais sindicais, igrejas, movimentos sociais e representantes de universidades.

O tradicional ato do Grito dos Excluídos tomou a rua 14 de Julho, no centro de Campo Grande. “Precisamos recolocar o Brasil nos trilhos. Estamos aqui na luta contra as reformas que prejudicam os trabalhadores. O Grito dos Excluídos existe há 23 anos. Estamos juntos na luta contra abusos como redução de salário e aumento de água e energia, por exemplo”, disse o sindicalista Élvio Vargas.

Após o desfile cívico, os movimentos sociais do campo e da cidade se reuniram na Praça Visconde de Sinimbú, em Maceió.

“Há 23 anos marchamos contra as injustiças. Neste ano, com a política deste governo de ataques aos direitos, o grito se reveste de importância e se faz ainda mais necessário. Esperamos reunir todos os descontentes com a situação do país para lutar por uma sociedade sem exclusão social”, destacou Carlos Lima, dirigente da Comissão Pastoral da Terra.