Comandante do Exército rebate general e descarta intervenção militar
O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, afirmou que “não há qualquer possibilidade” de intervenção militar no Brasil, em resposta às declarações do general Antônio Mourão, que acenou a possibilidade, no caso de o Judiciário “não resolver essa questão” da crise política.
Publicado 18/09/2017 13:25
“Desde 1985 não somos responsáveis por turbulência na vida nacional e assim vai prosseguir. Além disso, o emprego nosso será sempre por iniciativa de um dos Poderes”, afirmou o comandante.
Não é a primeira vez que declarações do general Mourão provocam desconforto entre os militares. Ele foi afastado de suas funções à frente do Comando Militar do Sul, em outubro de 2015, após declarações dadas a oficiais da reserva nas quais fez críticas à classe política, ao governo Dilma e convocou os presentes para “o despertar de uma luta patriótica” para o “descarte da incompetência, má gestão e corrupção”.
Sobre as recentes declarações de Mourão, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, reagiu dizendo que “não há qualquer possibilidade” de uma ação do Exército deste tipo.
Em outras ocasiões, o general Eduardo Villas Bôas se pronunciou sobre movimentos que pedem a intervenção militar, classificando de “tresloucados” e “malucos” os que pedem tal ação.
“Esses tresloucados, esses malucos vêm procurar a gente aqui e perguntam: ‘Até quando as Forças Armadas vão deixar o país afundando? Cadê a responsabilidade das Forças Armadas?’ Eu respondo com o artigo 142 da Constituição. Está tudo ali. Ponto”.
Pelo artigo 142, “as Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.”