Maia diz que levou “facada nas costas do PMDB” e deixa Temer em alerta

Não é de hoje que a relação entre o DEM e o PMDB anda complicada e a proximidade das eleições tem aumentado o clima de disputa nos bastidores. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ), que já reclamou das investidas da cúpula ligada a Michel Temer para disputar dissidentes do PSB, agora já fala em “facadas nas costas”.

César Maia - Foto: Agência Brasil

Nesta quarta-feira (20), Maia fez duras críticas a Temer e disse que ele faltou com a palavra, ameaçando com a retaliação do DEM em votações de interesse do governo. A Câmara deve receber para analisar nos próximos dias a segunda denúncia contra Temer no caso das delações da JBS, por organização criminosa e obstrução da Justiça.

Maia pediu que o Palácio do Planalto pare com o “fogo amigo” e seja mais respeitoso durante a tramitação da ação penal contra Temer. Maia disse que os aliados do governo não podem “ficar levando facada nas costas”.

Temer já entrou para a história como conspirador ao dar um golpe contra o mandato da presidenta Dilma Rousseff, do qual era vice. Então, não se pode ter grandes expectativas sobre sua forma de atuação política.

Recentemente, durante cerimônia no Planalto com empresários e sindicalistas, Temer fez um discurso que define a lógica de como ele pensa o Brasil: “Cada um quer derrubar o outro”.

“Se é assim que eles querem tratar um aliado, eu não sei o que é ser adversário”, disse Rodrigo Maia. O recado do presidente da Câmara deixou o governo em alerta.

Segundo fontes, o motivo dessa irritação foi justamente a filiação de dissidentes do PSB. O senador Romero Jucá (RR), presidente nacional do PMDB, é apontado como o culpado das investidas para passar a perna no DEM, que pretendia aumentar a bancada.