Enquanto tucanos buscam saída para Bonifácio, Marun ataca PSDB
A queda de braço entre a ala do PSDB que defende a saída do governo e Michel Temer continua. O deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), que até há alguns dias estava irredutível quanto a permanecer na relatoria da denúncia contra Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, agora já afirma que pode sair do cargo se o presidente da comissão assim determinar.
Publicado 03/10/2017 11:31
“Eu estou nas mãos do presidente Rodrigo Pacheco: não estou reivindicando e nem depreciando a função”, disse Andrada. A saída honrosa já está sendo articulada pelo líder da bancada tucana, Ricardo Tribpoli (SP), junto ao presidente da comissão, o deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG).
Andrada deve se reunir nesta terça-feira (3) com o presidente da sigla, Tasso Jereissati (CE), para tratar sobre o assunto.
Enquanto isso, líderes do PMDB ligado a Michel Temer, mantêm o ataque contra os tucano. Em entrevista ao site Congresso em Foco, Carlos Marun (PMDB-MS), que integra a tropa de choque do governo, disse que não vê a "possibilidade de a gente se aliar com o PSDB" nas eleições de 2018.
"O PSDB participa do governo, mas tem nos trazido muita dificuldade. Eu vejo que cada momento é uma crise. Na outra denúncia, de 48 horas em 48 horas, o partido se reunia para ver se continuava no governo. Não quero esse tipo de parceiro", disse ele.
Marun ainda cobrou um posicionamento de Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, para pressionar a bancada tucana em favor do governo.
"Vamos ser francos. Dos 13 deputados do PSDB de São Paulo, 12 votaram a favor da denúncia. Será que o governador de São Paulo não podia ter pegado o telefone e ter garantido ao menos cinco votos entre esses deputados? Não posso acreditar que não tenha tido o dedo do governador Alckmin. Ou ele agiu contra nós ou cruzou os braços. Não é o tipo de atitude que queremos de um aliado. Não sei se o PSDB tem duas caras. Mas o PSDB tem de saber o que quer. É problema deles. Não é hoje um partido com quem eu, Marun, gostaria de me aliar nas próximas eleições", disse.
Alckmin se encontrou com Temer nesta segunda-feira (2) e ao sair do encontro disse que a denúncia contra Temer não deve proceder na Câmara.