Battisti diz que Temer quer entregá-lo à morte
O italiano Cesare Battisti afirmou que sua cada vez mais provável extradição significaria lhe "entregar à morte". A declaração foi feita em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, em meio a rumores de que o presidente Michel Temer já teria decidido expulsá-lo para a Itália, onde foi condenado à prisão perpétua.
Publicado 12/10/2017 14:38

"Não sabemos em que se baseia o gabinete jurídico da Presidência para que eu possa ser extraditado. Não sei se o Brasil vai querer se manchar sabendo que o governo e a mídia criaram este monstro na Itália. Vão me entregar à morte", declarou, em entrevista a Ricardo Galhardo, do Estadão.
Ele nega tentativa de fuga para a Bolívia e afirma que sua prisão, em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, na semana passada, foi uma "armação" para pegá-lo.
Temer já recebeu o apoio de dois ministérios de seu governo – Justiça e Relações Exteriores – sobre a decisão de revisar o asilo concedido pelo governo do ex-presidente Lula ao italiano, mas aguarda ainda uma manifestação do Supremo Tribunal Federal antes de bater o martelo sobre o caso.
Caso a Corte demore a se manifestar ou entenda que a decisão cabe ao Executivo, o Planalto também já prepara um parecer, elaborado pela Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil. A tendência é que Temer decida pela extradição.
A defesa de Battisti diz acreditar que Temer irá respeitar as normas e não extraditará o italiano. "A revisão da decisão presidencial não é mais possível, devido ao decurso do prazo e ao fato de não haver qualquer vício na conclusão final, como reconhecido pelo próprio Supremo Tribunal Federal", diz.
Segundo disse em nota o advogado de Battisti, Igor Tamasauskas, a defesa entende "ser imprescindível sua manifestação prévia em qualquer procedimento tendente a reabrir a discussão sobre sua extradição". "E Battisti sequer foi intimado para isso", completa.