Publicado 17/10/2017 12:27

Em recente entrevista um comandante da PM disse abertamente que existe diferença nas abordagens do centro e da periferia. Os números da pesquisa mostram como a PM atua de forma cruel na periferia, e aumenta consideravelmente os números dos assassinatos de jovens negros na cidade.
Entre julho de 2016 e junho de 2017, 29% de todas as mortes violentas foram decorrentes de intervenção policial, contabilizando 391 jovens assassinados. A estatística oficial é de 457 mortes, porém 66 casos não aparecem no portal da transparência. Dessa forma o governo acaba por “camuflar” as mortes dos jovens.
Os policiais matam até nos dias de folga, alegam que os criminosos estão cada vez mais armados e que os jovens não respeitam os policiais, sendo muito ousados no enfrentamento. Já os adolescentes revelam os abusos e constantes agressões policiais.
Sabemos que o autoritarismo da PM e sua forma truculenta em ações não condizem com seus argumentos. Segundo especialistas, a letalidade policial está alta demais e atinge apenas a população pobre e da periferia.
Os bairros Sapopemba, Itaim Paulista e Lajeado, todos na zona leste da capital, são os mais atingidos pelos assassinatos da PM, e a população mesmo clamando por justiça, é ofuscada pelo medo que a PM impõe a ela. Muitas mães relatam que os policiais chegam atirando e nem sequer dão voz de prisão.
De acordo com a diretora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, os crimes nunca condenam os policiais, pois consideram as vítimas como sujeitos "matáveis" por parcela da sociedade e do poder público.
O que vemos diante de tudo isso é o total descaso com a população jovem pobre e negra de São Paulo, que continua sendo alvo de forte repressão policial, onde os altos índices de assassinatos mostram o real intuito do governo de Alckmin em “eliminar” os sujeitos que estão à mercê da vulnerabilidade social que é imposta pelas condições desiguais presentes na sociedade brasileira.