"O governo quer, mas nós não vamos falir", afirma dirigente sindical

A série “Ações sindicais ante a crise econômica”, no programa Repórter Sindical na Web, foi encerrada nesta quinta (26). O entrevistado foi Lineu Mazano, um dos principais líderes sindicais do funcionalismo, que preside a Federação dos Sindicatos dos Servidores Públicos no Estado de São Paulo (Fessp-Esp), é secretário-geral da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB) e também é dirigente da Nova Central.

Lineu Manzano, CSPB , e João Franzin, Agência Sindical - Reprodução do portal da Agencia Sindical

O dirigente destacou que o País foi mergulhado numa crise, de proporções nunca imaginadas. “Eu nunca vi uma situação tão grave como a que estamos enfrentando”, comenta. E emenda: “A reforma trabalhista é um massacre à classe trabalhadora, mas além dela tem tantas outras coisas, por exemplo, os projetos que o governo Temer já conseguiu aprovar no Congresso, como o limite por 20 anos dos gastos primários”, afirma.

Desmonte – O dirigente explica que a administração pública tem sofrido muitos ataques, desde que essa política neoliberal começou a ser aplicada no País. “O governo vem trabalhando na desestruturação da maquina pública e do Estado brasileiro. Com isso, os servidores que operam o serviço púbico são atingidos diretamente. Eles querem transferir as responsabilidades do Estado para a iniciativa privada”, lamenta.

Como saída aos ataques, Lineu aponta o campo Jurídico. “Estamos tomando medidas judiciais, porque é comprovado, inclusive pela classe jurídica e por juízes de várias instâncias, que a reforma trabalhista está cheia de vícios inconstitucionais”, destaca.

De acordo com entrevistado, o Sindicato defende o interesse da classe trabalhadora, porém o governo tirou a contribuição sindical para esfacelar a capacidade de organização. Entretanto, ele orienta: “Temos que manter a cabeça erguida. Os Sindicatos têm que se reorganizar e fazer as reestruturações necessárias. Integrar e envolver o servidor público junto à entidade”. E enfatiza: “O governo quer, mas nós não vamos falir”.

“A organização sindical precisa se reinventar. Deveríamos ter uma nova Conclat, chamar todos e fazer uma revisão de tudo que ocorreu, para aflorar a capacidade de organização que temos e de luta. O País vai mudar com a nossa luta. Temos que debater com coragem e confiança”, conclui Lineu.

A série temática veiculada no mês de outubro, na TV Agência Sindical, entrevistou dirigentes sindicais que explicaram como suas categorias estão se posicionando mediante a conjuntura desfavorável aos trabalhadores.

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