Folha também desembarca. Elite brasileira aposta em nova aventura

Depois da família Marinho(Globo), são os Frias(Folha) que jogam o pássaro de bico avantajado ao mar, desdenhando do potencial eleitoral do governador paulista. Não satisfeitos com a aventura do impeachment, parecem querer dobrar a aposta. A manchete principal enaltece Bolsonaro, tentando dar alguma civilidade, conteúdo e inteligência econômica a um fascista brucutu, raso e caricato. A matéria vai buscar em falas confusas de representantes do tal mercado sustentação para esta ficção.

A mesma edição apresenta ainda matéria que, de forma envergonhada, pressiona o TRF4 a confirmar as decisões do "isentão" Moro. Incapazes de produzir um candidato competitivo, as elites brasileiras recorrem ao mesmo artifício de sempre, golpes cínicos no velho "tapetão". Manter o povo distante é a palavra de ordem. Se não sabem com quem disputar, sabem muito bem quem não pode: Lula.

Huck e Bolsonaro são a materialização da postura irresponsável e aventureira de nossas elites. Não querem alguém com história, com passado, presente e futuro. Buscam um alpinista que rapidamente abra as portas ao saque do futuro da nação e depois saia de cena, como um programa dominical vazio que acaba e ninguém percebe ou um xingamento absurdo que todos preferem esquecer.

Teremos uma eleição com Lula e outra completamente diferente sem ele. Se conseguirem impedir o ex-presidente, Manu(PCdoB), Ciro(PDT) e, principalmente o PT, serão chamados à responsabilidade. A eleição do ano que vem será histórica. Um eventual erro também.

*Ricardo Capelli é secretário da representação do governo do Maranhão em Brasília e foi presidente da União Nacional dos Estudantes