Por insurgir contra a 'coalizão da chantagem', PMDB expulsa Kátia Abreu

Por insurgir contra o impeachment, sem prova, e denunciar os crimes de Eduardo Cunha, preso pela Lava Jato e as manobras do governo Michel Temer, a senadora Kátia Abreu (TO) foi expulsa pela Conselho de Ética do PMDB nacional.

Kátia Abreu - José Cruz / Agência Brasil

Para o conselho, a senadora que foi ministra da Agricultura do governo de Dilma Rousseff, faltou com o decoro e insurgiu contra o partido. Defensor da expulsão de Kátia, o senador Romero Jucá, presidente nacional da legenda, disse que acatará de imediato a decisão do Conselho de Ética e a medida "demonstra nova fase de posicionamento do partido".

Além da sua fala contundente contra o golpe, Kátia Abreu tem se posicionado contra medidas do presidente Michel Temer, como a reforma trabalhista e a reforma da Previdência, o que deixou o governo ainda mais irritado.

Sobre o anúncio da nomeação de Carlos Marun (PMDB-MS), pupilo de cunha, para a Secretaria de Governo, ela comentou: "Será a volta do presidiário Eduardo Cunha ao Palácio do Planalto. Lamentável".

"Uma mala não é suficiente?", indagou a senadora, em referência as afirmações do novo chefe da Polícia Federal, Fernando Segovia, sobre as provas contra Michel Temer na denúncia da Procuradoria Geral da República.

Mas o discurso durante a votação do relatório final na Comissão do impeachment foi, certamente, o mais marcante. "Nós estamos vivendo aqui uma farsa. O inadmissível. E não vejo ninguém dizer da corrupção no governo da Dilma: foi ela sozinha ou foram todos os partidos que mamaram, sugaram esse governo durante cinco anos e agora estão do outro lado da mesa pedindo o impeachment da própria?".