Publicado 23/11/2017 13:34

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) vai adotar o sistema de cotas com reserva de 25% das vagas para candidatos autodeclarados pretos e pardos. A decisão do Conselho Universitário da Unicamp desta terça-feira (21) passará a valer a partir do vestibular de 2019.
A Unicamp também anunciou que pretende criar um vestibular para indígenas a partir de 2021. A reunião que decidiu as novas diretrizes da instituição contou com a participação de representantes de movimentos sociais e de povos indígenas.
"Nós vamos ser a primeira universidade pública a ter uma junção de sistemas de ingresso. O vestibular tradicional continuará sendo o principal mecanismo, gerenciando aproximadamente 80% das vagas. Nós expandimos isso com candidatos do Enem que poderão ingressar na faculdade e também teremos um vestibular indígena", explica José Alves, da Comissão de Vestibulares da Unicamp.
A expectativa da universidade é aumentar o numero de estudantes vindos de escolas públicas e de alunos pretos e pardos – que atualmente representam apenas 29% dos estudantes. O objetivo é alcançar 37% dessa população nos cursos de graduação.
"As cotas vêm no sentido de garantir que se tenha engenheiros negros, médicos negros, professores e pesquisadores negros", afirma o ativista do movimento estudantil Bruno Ribeiro à reportagem da TVT.
Já a estudante Taina Santos acredita que a universidade ficará mais diversificada. "Eu viso uma Unicamp melhor do que eu entrei. É um marco importante e contribui para que a universidade continue caminhando no sentido de contribuir com a democracia."