“UFMG nunca se curvará ao arbítrio", diz reitor

O reitor da UFMG, Jaime Ramírez, mandou um recado após a violência contra a instituição: "A UFMG nunca se curvou e nunca se curvará ao arbítrio. Vamos resistir sempre”; Ramírez falou aos integrantes da comunidade universitária que se reuniram na tarde desta quarta-feira (6), em frente ao prédio da Reitoria, para manifestar apoio aos gestores atuais e aos antecessores levados a depor, na Polícia Federal, por meio de condução coercitiva.

Jaime Ramírez - .

“A UFMG nunca se curvou e nunca se curvará ao arbítrio. Vamos resistir sempre”.

Foi o que afirmou o reitor Jaime Ramírez aos integrantes da comunidade universitária que se reuniram na tarde desta quarta-feira (6), em frente ao prédio da Reitoria, para manifestar apoio aos gestores atuais e aos antecessores levados a depor, na Polícia Federal, por meio de condução coercitiva. Eles foram prestar esclarecimentos por supostas irregularidades relacionadas à construção do Memorial da Anistia Política do Brasil, no bairro Santo Antonio, em Belo Horizonte.

Jaime Ramírez agradeceu o apoio da comunidade universitária e de diversas entidades – como os sindicatos de servidores e diretórios estudantis – e anunciou reunião extraordinária do Conselho Universitário para a definição de ações em defesa da UFMG.

Humilhação

Segundo relato do professor Alexandre Neves, da UFMG, ao jornalista Mario Marona, Jaime Ramírez, teria sido vítima de humilhação por agentes da Polícia Federal.

Durante o cumprimento do mandado de condução coercitiva na operação deflagrada contra a UFMG.

"Às 6 horas, a PF invadiu a casa do reitor Jaime Artur Ramirez, da UFMG, que estava saindo do banho, enrolado numa toalha. Ele pediu alguns minutos para se trocar. Resposta de um dos policiais: – Você não tem mais direito à privacidade, não, rapaz!", disse o professor ao jornalista Marona.

Ana Lúcia Gazzolla, reitora na gestão 2002-2006, mencionou nota assinada por ex-reitores e vice-reitores em “repúdio à brutalidade cometida contra representantes da UFMG” e lembrou a postura de dirigentes que resistiram à ditadura militar, nas décadas de 1960 e 1970.

“A UFMG e seus dirigentes são nosso patrimônio. Qualquer ataque a seus dirigentes é um ataque à Universidade, e contra isso estaremos juntos. Tenho certeza de que a UFMG vai responder a essa ação com altivez e serenidade, agindo com relação à Justiça com o respeito que não tiveram conosco hoje”, afirmou.

Para Clélio Campolina, reitor na gestão 2010-2014, a ação da Polícia Federal foi uma violência que vai contra o espírito democrático que sempre regeu a Universidade. “Contra essa situação de exceção, temos que ser o exemplo de construção democrática”, disse Campolina. “Para nós, não há divergência de objetivos, prezamos o debate livre com vistas a uma sociedade melhor”