Temer diz que governos não tiveram "coragem" de fazer reformas

Durante cerimônia de homologação da Base Nacional Comum Curricular, nesta quarta-feira (20), Michel Temer disse que os governos anteriores não tinham “coragem” e “ousadia” de tomar medidas que, segundo ele, eram necessárias para o país. entre as medidas que tomou, estão a reforma trabalhista, que retira direitos dos trabalhadores, o congelamento de investimentos por 20 anos e a entrega do patrimônio nacional, como o pré-sal.

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Mas para Temer, essas e outras medidas não foram tomas em função do que chamou de “vício eleitoral”.“As pessoas tinham medo de tocar em certos temas que gerassem qualquer espécie de controvérsia. Então, no afã de agradar a todos e não desagradar ninguém, se fazia um processo de natureza eleitoral e não de natureza político-institucional-administrativa. Esta é a grande realidade”, disse.

O discurso de Temer segue a retórica que tem adotado nos últimos dias, desde que o parlamentares empurraram a possibilidade de votar a reforma da Previdência – que também retira direitos – para depois do Carnaval. O governo tenta construir a tese de que a reforma é necessária para o país e que a população brasileira apoia.

Além disso, Temer também tenta apresentar seu governo como o que enfrenta temas espinhosos para acabar com privilégios, como tem feito na campanha da reforma da Previdência, quando na verdade sua agenda atende aos interesses do mercado financeiro, como forma de pagar a conta do golpe que deu contra o mandato da presidenta Dilma Rousseff.

A reforma da Previdência é considerada um tema impopular no Congresso, uma vez que implica o aumento da idade mínima para aposentadoria. Por ser uma votação às vésperas do ano eleitoral, os parlamentares da base aliada do governo não querem aumentar o desgaste nas urnas em 2018, já que na conta desses deputados está o engavetamento de duas denúncias contra Temer, por lavagem de dinheiro e corrupção passiva, além da aprovação das medidas de retrocesso aos direitos.

O governo, no entanto, acredita que terá votos em fevereiro, quando a matéria será votada. Em discurso recente, Temer chegou a pedir coragem aos deputados para a votação da reforma.