Temer descarta Maia e Meirelles e diz: Alckmin é o candidato em 2018

Michel Temer já definiu seu candidato. Em matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo assinada por Eliane Cantanhêde, o ilegítimo reforça que o objetivo é completar a agenda do golpe e eleger um tucano em 2018. Na conversa, Temer não poupa elogios ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) e descarta que o ministro Henrique Meirelles (PSD) seja o candidato do Planalto.

Por Dayane Santos

Temer Maia e Alckmin - Alan Santos/PR

Na avaliação de Temer, o eleitor brasileiro vai votar na “segurança e na serenidade” e Alckmin – chamado por alguns de “picolé de chuchu” pelo seu estilo insosso – preenche esses requisitos.

“As pessoas estão cansadas de tudo isso e vão querer a continuidade, a manutenção do nosso programa de governo, que está recuperando a economia e a tranquilidade. Ninguém quer aventura”, diz ele, sem considerar que seu governo tem recorde de rejeição e que a impopularidade de seu nome é quase uma unanimidade.

Segundo o Datafolha, 71% dos brasileiros rejeitam Temer e apenas 5% consideram o governo ótimo ou bom. Ainda de acordo com a pesquisa, 87% dos entrevistados garantem que não votariam em um candidato apoiado pelo usurpador.

Temer não economizou nos elogios a Alckmin, chegando até a dizer que não ficou magoado com a postura em cima do muro do governador após o então procurador-geral Rodrigo Janot apresentar duas denúncias. “Não sei exatamente porque, mas nunca fui rancoroso. Ele [Alckmin] deve ter tido os motivos dele, e isso passou”, afirmou.

Enquanto rasgava elogios ao tucano, Temer tratou logo de demonstrar que não fica animado com as candidaturas de seu ministro Henrique Meirelles e de Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados.

Ele disse preferir que Meirelles (PSD) continue na Fazenda a disputar a eleição. “Ele seria um grande presidente, mas, para mim, é claro que é muito melhor que fique na Fazenda.”

Afirmou ainda que a tentativa de articulação de Maia para se lançar candidato só acrescenta para a reeleição à Presidência da Câmara. “O Rodrigo está se movimentando muito, mas ainda acho que a prioridade dele é se reeleger para a Presidência da Câmara, que é um cargo excepcional. De qualquer forma, ele não tem nada a perder, só a ganhar. E é aquela história, ‘se colar, colou’”, declarou.

As afirmações de Temer podem indicar que o acordo em torno da candidatura de Alckmin já foi fechado, inclusive com a base, ou que acaba de arrumar uma tremenda dor de cabeça às vésperas da votação da Previdência ao tirar do páreo dois aliados importantes.

Ele tenta despistar dizendo que o ambiente político “ainda está muito confuso”. “Por exemplo: o MDB [seu partido] vai ter candidato? Um candidato próprio ou alguém que migre de outra sigla?”, indagou.

Previdência

Sobre a reforma da Previdência, que tem votação marcada para o dia 19 de fevereiro, Temer admitiu que não tem os 308 votos mínimos necessários para aprovar a proposta, mas garante: “Vamos ter”.

No mundo da lua, Temer diz que há sinais de que deputados contrários ao texto vão mudar de posição porque a proposta está enxuta, a população começa a entender a sua necessidade e os candidatos querem se livrar desse debate na campanha.

Pesquisa feita pelo Instituto Paraná com 2,5 mil brasileiros em 176 municípios, nas 27 unidades da federação, entre os dias 9 e 11 de dezembro do ano passado, apontou que 66% dos brasileiros são contrários à reforma da Previdência proposta por Temer. A maior rejeição é entre os mais jovens, de 16 a 24 anos, 77,5% são contra a reforma e apenas 17,3% são favoráveis.