MPL: 'Não sairemos das ruas enquanto o aumento não for revogado'

O Movimento Passe Livre (MPL) realizou nesta quinta-feira (11) o primeiro ato contra o aumento da tarifa do transporte público de São Paulo. O objetivo é que o prefeito da capital paulista, João Doria, e o governador Geraldo Alckmin. ambos do PSDB, revoguem a medida, que entrou em vigor no último domingo (7), quando a tarifa subiu de R$ 3,80 para R$ 4, reajuste de 5,26%.

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A manifestação saiu do Teatro Municipal e seguiu em direção ao metrô Brás, na região central. Segundo a organização, cerca de 10 mil pessoas participam. De acordo com Francisco Bueno, porta-voz do Passe Livre, com o alto desemprego que o país enfrenta, o valor é abusivo para o trabalhador.

"Com o desemprego atual e a informalidade, muitos não têm vale-transporte. Ou seja, as pessoas não conseguem sair de casa para ir atrás de emprego. O aumento da tarifa foi de 5%, enquanto o salário mínimo só subiu 1%. Isso é um absurdo contra o paulistano", afirmou. Segundo ele, este é só o primeiro ato Passe Livre contra o preço do transporte público e mais atos serão realizados até o fim do mês. "Não sairemos das ruas enquanto aumento não for revogado."

Bueno lembra que em 2017 Doria e Alckmin já aumentaram a tarifa de integração de ônibus, metrô e trens, em 14,8%. "Ano passado já prejudicaram 23 milhões de paulistanos com aquele aumento. Colocar o preço do ônibus e metrô em R$ 4 só prejudica as pessoas pobres de São Paulo, que o Doria não conhece." O aumento acumulado da integração (17,4%) é superior ao dobro da inflação.

A Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana (GCM) acompanharam a movimentação dos manifestantes com um efetivo de cerca de 400 homens. Bueno afirma que, mesmo com o ato pacífico, existe temor de repressão policial. "O objetivo do Alckmin e Doria é reprimir o ato. Eles encheram o Vale do Anhangabaú de policiais, viaturas e até com o camburão israelense. Eles querem sufocar o grito da população, mas não nos amedrontam."