Lingbergh: Voto do relator é vingança nua e crua
Após o desembargador Pedro Gebran Neto, relator do recurso do ex-presidente Lula e outros réus no TRF4, aumentar a pena do petista para 12 anos de prisão, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou que a medida foi a "vingança nua e crua: tudo se justifica pelo desejo de desmoralizar a esquerda e destruir seus símbolos".
Publicado 24/01/2018 20:14

"O grande trabalho do relator Gebran foi compilar delações para vomitá-las arbitrariamente em rede nacional. Não existem provas; o que sobra é a convicção formada ao longo dos anos de convívio nos salões das elite", disse o parlamentar em sua conta no Twitter.
Segundo o congressista, "é inacreditável que o relator do processo do Lula no TRF4 seja exatamente o cidadão que figura nos agradecimentos especiais da dissertação do juiz de Curitiba". "A frase "Lula traiu a esperança do povo brasileiro" é o requinte de cinismo de um relatório infame", acrescentou.
Lula havia sido condenado em primeira instância pelo juiz Sergio Moro a 9 anos e 6 meses de prisão no processo envolvendo o triplex no Guarujá (SP).
O Ministério Público denunciou Lula, em setembro de 2016, acusando o ex-presidente de ter recebido R$ 3,7 milhões em benefício próprio da empreiteira OAS, entre 2006 e 2012, através de um triplex no Guarujá (SP). Mas um dos procuradores, Henrique Pozzobon admitiu não existir "prova cabal" de que o petista é "proprietário no papel" do tripléx.
"Precisamos dizer desde já que, em se tratando da lavagem de dinheiro, ou seja, em se tratando de uma tentativa de manter as aparências de licitude, não teremos aqui provas cabais de que Lula é o efetivo proprietário no papel do apartamento, pois justamente o fato de ele não figurar como proprietário do tríplex, da cobertura em Guarujá é uma forma de ocultação, dissimulação da verdadeira propriedade", disse o procurador.
Antes da condenação, o ex-presidente publicou no site do Instituto Lula um dossiê completo em que disponibiliza todos os documentos referentes ao apartamento. Foram publicados seus contratos com a Bancoop, sua declaração de Imposto de Renda, a declaração de bens ao Tribunal Superior Eleitoral e os contratos que compravam a desistência da ex-primeira-dama Marisa Letícia em continuar com o imóvel.