Suprema Corte dos Estados Unidos mantém proteção aos "dreamers"

A Suprema Corte norte-americana, órgão máximo do judiciário nos Estados Unidos, negou ontem um pedido do governo de Donald Trump para avaliar o fim do programa que protege jovens imigrantes que chegaram ainda crianças ao país, os chamados “dreamers” (sonhadores, em inglês)

donald trump e melania

O grupo, de cerca de 800 mil pessoas, estava sob ameaça de deportação desde que Trump anunciou o fim de sua permanência legal no país, concedida por seu antecessor, Barack Obama.

A partir da próxima segunda-feira, os vistos desses jovens perderiam a validade e eles poderiam ser deportados dos EUA. Em janeiro, porém, um juiz federal da Califórnia determinou a manutenção do programa. A decisão foi seguida por um juiz de Nova York, há duas semanas. O governo Trump recorreu, e pediu que a Suprema Corte decidisse sobre o caso antes dos tribunais de apelação.

A ordem de ontem, porém, que delega o julgamento aos tribunais de segunda instância, mantém válidas as determinações dos juízes federais de dar continuidade ao programa – o que prorroga a permanência dos imigrantes no país.

O presidente tem travado uma queda de braço sobre imigração com a Justiça e o Congresso. Trump argumenta que imigrantes ilegais tiram empregos dos americanos e contribuem para a violência, cometendo crimes. A administração aumentou em 40% as prisões de estrangeiros sem documentação, reduziu o número de refugiados recebidos pelo país e tem defendido políticas mais severas contra imigração nos EUA.

Ao revogar o programa que dava permanência aos “dreamers”, em setembro do ano passado, Trump argumentou que ele era inconstitucional. Caso as cortes de apelação atendam ao pedido do governo e revoguem o programa, porém, os jovens imigrantes voltarão a estar sujeitos à deportação.