Executivo é preso em Honduras, acusado pela morte de Berta Cáceres

As autoridades hondurenhas declararam na última sexta-feira (2) que prenderam um executivo de alto escalão de uma empresa hidrelétrica, acusado de ajudar a planejar o assassinato da ativista ambiental indígena Berta Cáceres, há dois anos.

Berta Cáceres - Reprodução

Roberto David Castillo, presidente executivo da Desarrollos Energeticos (DESA), foi preso em um aeroporto no norte do país, segundo afirmam os promotores hondurenhos. A DESA tentava construir uma barragem à qual Berta Cáceres se opunha.

Castillo "era o encarregado de fornecer logística e outros recursos a um dos perpetradores, já processado pelo crime", disse o porta-voz do Ministério Público, Juri Mora.

Em um comunicado, a DESA negou o envolvimento no crime e disse que Castillo é "inocente", acrescentando que "rejeita essa decisão que vem da pressão internacional e das campanhas de difamação de várias ONGs contra a empresa".

Cáceres, uma professora de 43 anos que conquistou o prestigiado prêmio internacional "Goldman Environmental Prize", devido à sua militância em defesa dos direitos humanos e recursos naturais em Honduras. Ela foi morta a tiros em sua residência na noite de 2 de março de 2016.

Castillo é o segundo suposto mandante do crime a ser preso. Outras 8 pessoas, incluindo funcionários da empresa, atiradores contratados e membros do exército, foram presos e julgados.

Honduras tem visto confrontos frequentes entre as populações indígenas e as operações de mineração e hidrelétricas. O presidente Juan Orlando Hernandez, reeleito em dezembro em uma votação marcada por alegações de fraude, procurou impulsionar o investimento em tais empreendimentos.

Os membros do grupo ativista que Cáceres liderou reuniram-se nesta sexta-feira (2) em frente aos gabinetes do Ministério Público na capital para exigir a prisão dos empresários locais mais proeminentes, os quais, os ativistas alegam, têm ligações com o crime.