M.Officer é condenada a indenizar comerciários por trabalho escravo

O Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-SP) condenou a loja de roupas M.Officer a pagar R$ 6 milhões em indenizações por jornadas cansativas, em ambientes degradantes e atividades insalubres, com risco à segurança e à vida dos funcionários. O Ministério Público do Trabalho, que denunciou a M.Officer, quer ainda proibir a empresa de comercializar seus produtos durante dez anos no Estado de São Paulo.

M.Officer: - Divulgação/MPT

De acordo com o presidente do Sindicato dos Comerciários do Rio, Márcio Ayer afirma que a escravidão no comércio não é um exagero. “As empresas querem ser líderes de mercado, campeãs de vendas, com preços baixos, sem dar condições dignas aos empregados. Mas, o sindicato está na luta pela valorização do comerciário com melhores salários, mais respeito e manutenção dos seus direitos”, ressalta.

Márcio Ayer explica que a ação não se baseia somente em um caso de trabalho escravo, mas na situação verificada pelos procuradores em cinco diferentes oficinas nos anos de 2013 e 2014. Ele diz que no primeiro caso, em 2013, a fiscalização encontrou costureiros bolivianos que produziam peças exclusivamente para a marca na região central de São Paulo, com carga horária das 7h às 22h. “O local, sem divisão entre moradia e trabalho, estava em péssimas condições de higiene e tinha grande risco de incêndio”, conta o presidente.

O Sindicato dos Comerciários do Rio recebeu diversas denúncias de empregados da M.Officer, principalmente das costureiras, mas o quadro abrange todos os trabalhadores. “Recebemos no Departamento Jurídico do Sindicato muitas reclamações e no ano passado, em 2017, incluímos uma cláusula básica que é obrigação do empregador: oferecer água filtrada nas lojas, porque nem isso era garantido ao empregado”, diz Márcio Ayer.

O trabalhador que deseja fazer uma denúncia anônima no www.comerciariodenuncia.org.br ou por email para [email protected]