Lula se apresentará à Polícia Federal após a missa
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá ser conduzido à sede da Polícia Federal em São Paulo neste sábado (7), depois da missa em homenagem a Dona Marisa Letícia, realizada pela manhã no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A informação foi confirmada pelo líder do Movimento Sem Terra, João Pedro Stédile, que anunciou a instalação de um acampamento permanente ao redor da Polícia Federal em Curitiba.
Publicado 07/04/2018 10:56
Durante toda a madrugada, os advogados de defesa negociaram com a Polícia Federal. De acordo com Stédile, com o objetivo de preservar Lula para o que ele chamou de “batalha final”, a decisão foi a de que o petista se entregará neste sábado, como forma de impedir que o juiz Sérgio Moro decretasse uma prisão preventiva contra ele. A expectativa, afirmou, é de que Lula fique preso por um curto período, até que sejam julgados os habeas corpus que garantiriam a sua liberdade, na semana que vem.
“O objetivo principal da burguesia agora é capturar o Lula. Nosso objetivo é preservá-lo para a vitória final. Então, nesse momento, do ponto de vista da estratégia judicial, para preservar o Lula, é melhor que ele se entregue agora e saia em uma semana, que correr o risco de decretarem prisão preventiva, que é uma prisão que o juiz decreta e, por 80 dias, não há condições de habeas corpus”, afirmou.
De acordo com ele, já havia articulações por parte do juiz Sérgio Moro nesse sentido. “Corríamos o risco de Moro decretar a prisão preventiva e eles inutilizarem o Lula por 80 dias, tirando ele da luta de classes. Preferimos recuar um passo, ele se apresentar com todas as garantias”, disse.
Stédile anunciou que a resistência, contudo, não cessará. “Vamos montar acampamento permante em Curitiba, ao redor da PF, onde eles estão garantindo um apartamento com condições de dignidade para Lula. Ficaremos lá e esperamos, até o fim de semana que vem, resgatá-lo de novo para o povo, seguindo as caravanas pelo país. A militância tem que entender essa jogadas. Aqui não basta dar murro em ponta de faca, tem que saber onde recuar e onde avançar”, defendeu.