Prisão de Lula é a fotografia da desigualdade no Brasil

No último sábado (07), milhares de apoiadores do ex-presidente Lula se reuniram no Sindicato dos Metalúrgicos (SP) e no aeroporto de Congonhas para prestar solidariedade ao ex-presidente. O Portal Vermelho conversou com algumas pessoas que estavam no ato sobre o significado da prisão de Lula. Uma delas foi a deputada Luiza Erundina (Psol) que endossou o protesto no início da noite.

Por Verônica Lugarini

Ato em defesa do Lula Sindicato dos Metalúrgico em São Bernardo (06/04/2018) - Teddy Falcão

A deputada Luiza Erundina (Psol) considera a prisão de Lula uma injustiça que chama atenção para o atual momento que vive o país.

“Não é o Lula que está sendo punido, é a esquerda. São os que querem a mudança nesse país, para além de ganhar as eleições. Nós [da esquerda] queremos um povo organizado, politizado e consciente da sua força, ou seja, um povo decidido a lutar pelos seus. Portanto, a injustiça que estão fazendo com Lula – sem permitir que ele lance mão dos recursos da Constituição e da Legislação para se defender e provar sua inocência – não vai ficar em vão. Esse preço vai ser resgatado… Nós já estamos resgatando isso nas ruas”, relatou ao Portal Vermelho.

A deputada, que já foi do Partido dos Trabalhadores (PT) e hoje é filiada ao Partido Socialismo e Liberdade (Psol), finalizou dizendo: “Lula nós somos você e vamos continuar juntos”.

Já diretora de escola Cissa Carlini apontou que o momento é de imensa tristeza e que essa prisão é o retrato da desigualdade.

“A prisão do Lula é fotografia da desigualdade do nosso país, é a fotografia do que se faz com o pobre. E a prisão dele prova que o pobre não tem vez no Brasil e é por isso que estamos tristes e indignados porque se tivesse o mínimo de justiça, um político como o Aécio Neves estaria preso. A prisão de Lula prova que para pobre é uma justiça e para rico é outra. É um momento de imensa tristeza”, desabafou.

A psicóloga Cássia Goretti, que acompanhou o ato desde cedo, destacou que “a prisão de Lula representa a prisão de sonhos que tinham virado realidade”.

“Nós não estamos falando de sonhos que não se concretizaram, eles tinham mostrado que é possível fazer um governo diferente, que é possível fazer uma sociedade um pouco mais equilibrada e mais justa. Então o que estamos vivendo é um tribunal de exceção que não tem provas contra o Lula”, relatou.

Cássia continuou e trouxe à tona o impacto histórico da detenção do maior líder da América Latina:

“Infelizmente, acredito que quando a sociedade olhar para esse período ela verá os danos desse momento porque hoje, a gente vê a prisão de um homem que representa muitos homens e muitas mulheres”.