Paralisações pelo Brasil protestam contra privatização da Eletrobras

A privatização da Eletrobras e das empresas que fazem parte do sistema estatal geraram protestos nesta segunda-feira (16) em diversos estados do Brasil. De acordo com a Federação Nacional dos Urbaitários (FNU) trabalhadores da Eletrobras estão paralisados no Maranhão, Rio de Janeiro, Piauí, Tocantins, Sergipe, Acre, Rondônia, Paraná, Bahia, Amapá, São Paulo, Minas Gerais, Alagoas, Pernambuco, Roraima, Amazonas e Ceará. A paralisação não vai interferir nos serviços à população.

Trabalhadores de Minas Gerais Dia Nacional contra privatziação da eletrobras - Federação Nacional dos Urbanitários

O patrimônio da Eletrobras é constituído por 47 hidrelétricas, 114 termelétricas, 69 usinas eólicas e duas usinas nucleares. Possui 70 mil km de linhas de transmissão e detêm 10% do mercado de distribuição.

Em entrevista ao Portal Vermelho, o dirente da FNU, Nailor Gato afirmou: “Só as hidrelétricas tem potencial instalado de 41 mil megawts. Querem entregar todo esse patrimônio por 8% do valor do sistema Eletrobras”, denunciou. Os ativos da estatal como hidrelétricas e linhas de transmissão estão estimados em torno de R$ 300 bilhões. o governo pretende vender a estatal por valores entre 20 e 30 bilhões de reais.      

De acordo com Nailor Gato em entrevista à Rede Brasil Atual, o dia nacional de protestos contra a privatização da Eletrobras é para fazer um contraponto à propaganda do governo de Michel Temer. O ministro recém-empossado no Ministério das Minas e Energia Moreira Franco declarou na semana passada que se a Eletrobras não for capitalizada o Brasil sofrerá com apagões.

“É o inverso do que ele afirma. É com a privatização que você vai ter problemas, inclusive aumento da tarifa para a população”, esclareceu Nailor. “Estados Unidos, Alemanha, Canadá, países centrais, não privatizam o setor elétrico por ser estratégico. O ministro Moreira Franco mente descaradamente”.    

Edney Martins, presidente do Sindicato dos Urbanitários de Manaus (AM), afirmou ao portal Vermelho que apagões se tornarão rotina no Brasil em se concretizando a privatização da Eletrobras. O apagão no dia 21 de março que deixou deixou 70 milhões de pessoas no escuro e atingiu 14 estados (regiões norte, nordeste e centro-oeste) foi falha do grupo privado chinês State Grid.

“Além dos apagões virão as altas tarifas cobradas por esse grupo, a precarização cada vez maior do trabalho e a subserviência do setor energético do Brasil aos interesses de outros Estados nacionais”, completou Edney.

A privatização da Companhia Energética de Goiás (Celg) também foi citada por Nailor como prejudicial à população daquele estado. “A cidade de Catalão ficou quase uma semana sem energia elétrica”, diz Nailor. A empresa foi vendida há um ano para a italiana Enel.

De acordo com o dirigente, a privatização obedece ao lucro e não aos interesses da população. “Eles compram um ativo que está instalado, não vão fazer investimento e, aí sim, corremos o risco de apagão, a exemplo do que ocorreu em 2001”, disse Nailor. Ele se refere à crise de energia no final do governo do tucano Fernando Henrique Cardoso.

Paralisações pelo Brasil:  Fonte: Federação Nacional dos Urbanitários

Paraná

Amazonas

Tocantins

Rio de Janeiro

Piauí

Maranhão



Rondônia