Adilson Araújo: 17 de abril, uma data para não ser esquecida
Há 2 anos, em 17 de abril de 2016, o Brasil sofreu um golpe de Estado com a aprovação do impeachment, sem crime de responsabilidade, da presidenta Dilma Rousseff. Esse processo, que só seria formalmente concluído em 31 de agosto, inaugurou no país uma agenda de retrocesso e de perdas sem precedentes.
Por Adilson Araújo*
Publicado 17/04/2018 10:13
O legado do golpe de 2016 compreende não só a implantação de um projeto que prevê o desmonte do Estado, as privatizações, o fim de uma política externa soberana, reformas regressivas (como a trabalhista) e a volta do país para o mapa da fome. Ele impõe ao povo insegurança, ataca as instituições e a democracia e criminaliza qualquer resistência a esta agenda.
O impeachment de Dilma e a prisão de Lula compõem um projeto maior que visa enterrar qualquer lembrança ou desejo de um Brasil forte, desenvolvido e menos desigual. Nosso povo sofre com o fantasma da fome e do desemprego estrutural. A crise faz com que cerca de 5 milhões de brasileiros sequer busquem trabalho, maior desalento desde 2002.
A luta travada no Brasil hoje não é somente contra um projeto ou reforma, é contra uma plataforma que escraviza, explora e condena milhões à fome. A unidade da classe trabalhadora em torno da defesa dos direitos e por um projeto de Brasil que tenha no centro o crescimento, com geração de emprego e distribuição da renda, torna-se urgente.
A esperança já venceu o medo uma vez. Nossa luta é para que ela vença novamente, só assim daremos um fim ao retrocesso que assola o Brasil hoje!
*Adilson Araújo é presidente Nacional da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)