Publicado 17/04/2018 17:56
Ao comentar oficialmente o resultado da pesquisa, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, que é conhecido por sua defesa incondicional a Temer – ainda que use argumentos lunáticos – disse que 40% dos entrevistados são de "petistas".
“70% acham ruim o governo, nós temos aí 40% de petistas, pessoas que naturalmente estariam contra nós … Sinceramente, vi aquela pesquisa e fiquei ainda mais otimista em relação as possibilidades de que um candidato que represente o governo possa vencer as próximas eleições”, disse Marun, sem apontar nenhum dado que sustente tal afirmação.
Segundo ele, "as pessoas começam a abrir os olhos, não obstante, estejamos ainda sob o ataque dessa chuva de flechas envenenadas".
Mas fontes do Planalto disseram ao G1, da Rede Globo, que os números não surpreenderam o governo. "A avaliação interna é que o fracasso de colocar uma agenda positiva para o governo acabou consolidando esse patamar recorde de desaprovação do governo Temer, na faixa dos 70%", diz o site.
Ainda segundo a site global, as fontes avaliaram que o que preocupa não é apenas o resultado isolado dessa pesquisa, mas o fato de que Temer vem num ciclo de desaprovação no patamar de 70% há vários meses.
O Datafolha ouviu 4.194 pessoas em 227 municípios entre os últimos dias 11 e 13. Ao avaliar o governo, numa escala de 0 a 10, a nota média do governo foi 2,7. Segundo o jornal, 41% dos entrevistados atribuíram nota 0 a gestão de Temer e apenas 2% deram nota 10 para o governo.
Ilegítimo, pois chegou ao poder por meio de um golpe contra o mandato da presidenta eleita Dilma Rousseff, Temer implantou uma agenda de reformas que contraria o projeto aprovado nas urnas.
Além disso, sua gestão foi marcada por denúncias de corrupção, com direito a gravação feita no Palácio do Jaburu e assessor sendo filmado com mala de dinheiro.
Temer ainda tentou fabricar uma reação ao anunciar uma pauta econômica, inclusive com a tentativa de aprovar a reforma da Previdência. A reprovação popular foi tão grande que até a base aliada do governo rejeitou a proposta, obrigando o governo a retirar a pauta.
Tentou mudar a estratégia emplacando a pauta da segurança pública, com direito a intervenção federal no Rio de Janeiro. E novamente o resultado foi negativo.
Além disso, Temer voltou a ser alvo de investigações, desta vez no caso da empresa Rodrimar.
"Para interlocutores de Temer, há um reconhecimento de que a desaprovação recorde traz uma dificuldade a mais para ele disputar a reeleição", afirmou a matéria da Globo.