Dilma: Restaurar o pacto democrático, com respeito ao voto popular

A presidenta Dilma Rousseff está nos Estados Unidos onde participa de palestras em universidades denunciando a prisão arbitrária do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele reafirmou que a prisão do ex-presidente tem o objetivo de tirá-lo das eleições, o que representa um retrocesso democrático.

Dilma e Angela Davis.jpg - Reprodução

Dilma esteve nas universidades de Berkeley e de Stanford, ambas no estado norte-americano da Califórnia. No Centro de Estudos da América Latina, foi recebida pela professora Angela Davis, filósofa e ativista feminista e dos direitos civis, que ressaltou o caráter misógino do golpe de 2016 e destacou tal movimento reacendeu a forte luta das mulheres brasileiras. "Nós estamos com vocês, pela democracia e pelo futuro do Brasil", disse Angela.

Dilma afirmou que a prisão política de Lula tem justamente a finalidade de retirá-lo da disputa para dar continuidade à imposição de uma agenda econômica incapaz de ser aceita em eleições limpas. "Por que abrir mão da candidatura de Lula? Para resolver o problema deles? Só a candidatura de Lula pode viabilizar a restauração democrática", enfatizou a presidenta.

Dilma apontou que a atual crise política é resultado da ruptura do pacto democrático por parte da direita conservadora que, inconformada com a quarta derrota consecutiva das urnas, decidiu trilhar o caminho do golpe contra o seu mandato legítimo. Segundo ela, é preciso restabelecer um novo aparato social, uma nova economia e pela soberania.

"Tudo isso passa, antes, pela restauração democrática. É preciso restaurar o pacto democrático, em que se respeitem o voto popular e as regras do jogo", alertou, referindo-se à necessidade de reversão do golpe e de recuperação do papel das instituições. "Não podemos admitir nem a judicialização da política, nem a politização do Judiciário", ressaltou.

Ela resgatou os avanços na política de inclusão social nos governos Lula e no dela. "A exclusão no Brasil se combina com os privilégios de uma minoria. Avançarmos esses degrau foi algo intolerável para a elite", enfatizou.

A presidenta destacou ainda que é preciso combater a concentração dos meios de comunicação, que hoje se encontram no poder de poucos grupos econômicos. ele também defendeu uma reforma política e tributária. "O Brasil e a Estônia são os únicos países onde não se tributa dividendos", disse.