Após impasse, comissão suspende análise da privatização da Eletrobras
Depois de duas semanas, a comissão especial que analisa a Medida Provisória 814 retomou os trabalhos nesta terça-feira (8), conforme acordo feito na reunião anterior. A ideia era discutir e votar o relatório do deputado Júlio Lopes (PP-RJ), no entanto, o relator apresentou diversas modificações no texto, o que fez com a Oposição pedisse tempo para analisar o novo parecer. A reunião foi suspensa e será retomada às 14h30.
Por Christiane Peres
Publicado 08/05/2018 11:35
Deputados e senadores da Oposição criticaram a decisão. Eles pediram um adiamento de 24h para analisar as alterações, mas o presidente do colegiado, senador Eduardo Braga (MDB-AM), negou os pedidos.
“Temos um cronograma. Essa MP ainda precisa ser discutida e analisada na Câmara e temos uma série de MPs aguardando para serem votadas lá. Por isso, vamos suspender a reunião até as 14h30 para que sejam feitas as adequações nos destaques e substitutivos”, disse o presidente do colegiado.
Para a vice-líder da Minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), o tempo de análise é pouco, visto que o relator modificou 13 artigos em seu parecer. “É um absurdo. Esse é um novo relatório. Tentamos ter mais tempo para analisar a assunto, mas o governo tem pressa”, criticou.
Júlio Lopes, em defesa de seu parecer, alertou que as mudanças eram “muito pequenas e para beneficiar o consumidor”, e, que, portanto, poderiam ser facilmente analisadas pelos parlamentares.
O deputado Henrique Fontana (PT-RS) rebateu a argumentação e chegou a sugerir que se as mudanças no parecer eram “tão pequenas”, que o relator as retirasse. “Vamos iniciar as discussões com o que foi entregue na última reunião. Se o governo quiser alterar alguma coisa existem destaques”, ponderou.
Os argumentos, no entanto, de nada adiantaram. Parte da pressa se justifica por um comunicado enviado pelo presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), ao presidente da comissão, em que afirma que só colocará a MP em votação na Câmara caso ela chegue até o dia 11 de maio, sexta-feira, à Casa. Como o tema é de interesse absoluto do governo Temer, o medo é que a MP perca a validade sem que a votação seja concluída, o que acontecerá no dia 1º de junho.