Aécio golpeou a democracia e agora nem em ato de afilhado consegue ir

O PSDB liderou o golpe contra a democracia, mas os planos eleitorais dos tucanos estão longe de ser o que esperavam. A conclusão fica manifestada pela ausência do senador Aécio Neves (MG) no ato de lançamento da pré-candidatura ao governo de Minas de seu principal afilhado político, o também senador Antonio Anastasia (MG), ocorrida nesta segunda-feira (14).

Anastasia - Lula Marques

O ato em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte, contou com a presença de prefeitos, vereadores do partido e legendas aliadas. Além de Aécio, outro a não comparecer o presidenciável Geraldo Alckmin, que apesar da sua agenda estar livre, preferiu passar o dia em São Paulo.

Em discurso, o deputado federal Domingo Sávio, presidente estadual do PSDB, ao justificar a ausência de Aécio, disse que o senador pediu para agradecer a todos que compareceram ao ato e que "por ter compromisso com Minas", e seguir tentando provar sua inocência, preferiu não comparecer ao lançamento da pré-candidatura de Anastasia.

Não se sabe se a ausência de Aécio foi porque a presença dele poderia causar ainda mais constrangimento ao afilhado do que a ausência. Mas o fato é que como padrinho político e depois do papel que Anastasia cumpriu no golpe, como relator do impeachment no Senado, Aécio certamente não ficaria de fora. Aécio escolheu Anastasia como companheiro de chapa quando se elegeu governador em 2006 e ele foi o seu sucessor em 2010.

O tucano se envolveu numa série de escândalos após a divulgação da conversa com o empresário da JBS, Joesley Batista, incluindo vídeos com pagamentos. Posteriormente, Aécio passou a ser réu e responde a ações por corrupção que correm no Supremo Tribunal Federal (STF) e na Justiça de estadual em Minas.

Sem condições de encarar a população depois de todos esses fatos e derrotado nas eleições de 2014, com a vitória de Fernando Pimentel (PT), e de 2016 na disputa pela prefeitura de Belo Horizonte, Anastasia afirmava que não disputaria o cargo. Mas correligionários acreditavam que a posição poderia enterrar de vez a legenda em Minas e, pressionado, decidiu reconsiderar.

Questionado sobre a possível candidatura de Aécio, Anastasia afirmou que o colega de bancada decidirá "a seu tempo e hora", se será candidato em outubro. "O importante agora é fazer o lançamento da pré-candidatura e continuar conversando com os partidos", disse.