Frente Brasil: Movimentos apoiam greve em defesa da Eletrobras pública

A Frente Brasil Popular questionou em nota qual será o desfecho de programas como o Luz para Todos se a Eletrobras for privatizada. A organização apoia a greve de 72 horas dos eletricitários e incentiva as entidades do movimento sindical e socia que integram a Frente a se solidarizarem. O movimento dos eletricitários iniciou à meia-noite desta quarta-feira (11) sem prejuízos à população. O Tribunal Superior do Trabalho considerou o movimento legal.

Eletroacre greve 72 horas - reprodução

“Se a Eletrobrás for vendida, os interesses que estarão à frente da política de preço será o do lucro. Como ficarão programa sociais como o Luz para Todos, a energia elétrica para os hospitais, escolas, universidades, nas empresas? Se tiver que pagar mais na conta de luz, serão os empregos que serão novamente atacados. Estamos vivendo essa política privatista na Petrobras e sabemos bem o que acarreta não ter uma política de preços que vise a sociedade e o desenvolvimento nacional”, afirma nota da Frente Brasil.

No final de maio, o Brasil sofreu os impactos da greve de 11 dias deflagrada por caminhoneiros autônomos com o objetivo de baixar o preço do diesel. Política da Petrobras sem interferência do Estado possibilitou reajustes diários no preço do combustível. Pesquisa Datafolha revelou nesta segunda que a maioria dos entrevistados querem controle de preços do combustível e que 68% condena a política de reajuste de preços da Petrobras para o combustível.

A alta dos combustíveis culminou em greve realizada pelos petroleiros no final de maio. Os trabalhadores expuseram a política de reajuste da Petrobras e denunciou o processo de privatização nos moldes do que acontece com a Eletrobras. “A luta dos eletricitários soma-se a luta de toda a população brasileira por empregos, preços justos dos combustíveis e do gás de cozinha, contra a retirada dos direitos, tanto trabalhista quanto previdenciários, e contra o golpe que está em curso no país”, escreveu a Federação Única dos Petroleiros (FUP).

A entidade também reiterou que a Eletrobras deve continuar pública e atender ao povo brasileiro. “Água e energia não são mercadorias. Composta por empresas de distribuição, geração e transmissão de energia, em conjunto com a Petrobrás, o sistema Eletrobrás está no foco do golpe empresarial no Brasil, que querem entregar todo esse patrimônio, e nossa soberania energética, às mãos do setor privado”.

O Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas também manifestou apoio aos eletricitários. “O Brasil está entre os maiores produtores de energia elétrica do mundo, e mesmo assim ainda existem cidadãos que não têm ou não podem pagar por ela. As usinas da Eletrobras vendem energia elétrica mais barata porque conseguem produzir eletricidade de qualidade a baixo custo, com 87% de sua produção à base de água. Se a privatização ocorrer a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já reconheceu que os preços vão aumentar”.

"A greve de 72 horas convocada pelas trabalhadoras e trabalhadores eletricitários é uma ação importante dentro da grande batalha que a classe trabalhadora trava hoje no Brasil. Tal como fizeram com o Pré-sal, o projeto entreguista liderado por Michel Temer quer acabar com mais um setor estratégico para o país, setor esse que foi fundamental nos anos de crescimento e ganhos para o nosso povo", escreveu o presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo.

Na opinião do Levante Popular da Juventude, que gravou vídeo em apoio à greve, a privatização da empresa vai elitizar o acesso à energia. “A Eletrobras é responsável por garantir energia mais barata e de qualidade para os brasileiros. Se privatizar a tarifa vai subir de imediato 16%, além dos riscos de apagões, ou seja, energia só para quem pode pagar. O levante Popular da Juventude apóia a luta dos trabalhadores e trabalhadoras do sistema Eletrobras”.