“Vamos acabar com a farra dos bancos”, afirma Manuela
“Menos crescimento econômico, mais inflação, mais decréscimo na indústria. Essas são as previsões dos economistas”, comentou a pré-candidata do PCdoB à Presidência da República, Manuela D’Ávila, em sua página nas redes sociais ao comentar o resultado da pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira (9).
Publicado 10/07/2018 10:20
“Esse quadro é consequência direta da política econômica que foi derrotada nas urnas, mas levada ao poder com o golpe contra o voto popular”, salientou Manuela, em rechaço à agenda de reformas e desmonte do Estado promovida pelo governo de Michel Temer. ”Nas eleições que se avizinham – está faltando 90 dias! – teremos uma chance de ouro para reverter isso e tirar o país da caminho do abismo”, apontou a pré-candidata.
Desde que assumiu o poder após o golpe de 2016, Temer prometeu que suas medidas seriam amargas, mas que os resultados iam aparecer. Vendeu um mundo colorido antes do golpe, mas implantou uma agenda de reformas como a Emenda 95, do teto de gastos, impondo cortes em programas sociais e congelando os investimentos públicos por 20 anos, e a reforma trabalhista, que agravou o desemprego e a precarização do trabalho.
O suposto controle da inflação, que Temer e a grande mídia diziam ser sinais da recuperação econômica, tem perspectiva de continuar a trajetória de alta este ano, segundo projeção da Focus.
De acordo com economistas, a taxa básica de juros para o final de 2019 deve subir para 8%. Para 2018, a expectativa é de uma taxa a 6,5% no fim do ano.
“Mais de 60% das famílias estão endividadas. E destas, 76,1% devem no cartão de crédito. Isso é fruto dos juros de agiota praticados pelos bancos privados”, enfatizou Manuela. “Vamos acabar com a farra dos bancos”, completou.
Diante desse cenário de incertezas, o Banco Central afirma que não vai indicar qual será a sua política monetária, no entanto, diz que a inflação terá foco exclusivo, projetando balanços de risco e atividade econômica.
Como resultado dessa política econômica, a indústria continua indo ladeira abaixo. A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018 foi reduzida a 1,53%, frente a 1,55% antes. Para o ano que vem, a expectativa continua sendo de um avanço de 2,5%.
Com isso, os economistas reduziram a previsão de crescimento industrial em 2018 para 2,65%, contra 3,17% antes. Para o próximo ano, o ajuste também foi para baixo: 3,05%, ante 3,1% no levantamento anterior.
Os indicadores de emprego seguem a perspectiva negativa. O Indicador Antecedente de Emprego, da Fundação Getulio Vargas (FGV), caiu 5,6 pontos em junho, para 95,5 pontos, retornando ao patamar próximo ao de janeiro de 2017 (95,6 pontos).
É a quarta queda consecutiva do indicador, que acumulou perda de 11,5 pontos no primeiro semestre, e sinaliza continuidade da fase de desaceleração do ritmo de aumento do total de pessoal ocupado no Brasil.
“A queda mostra a perda de confiança de uma maior geração de emprego ao longo dos próximos meses. A atividade econômica mais fraca observada pelos indicadores do primeiro semestre reflete uma situação atual e futura dos negócios mais difícil. O crescimento está abaixo do previamente esperado e, com isso, a consequência deverá ser uma menor contratação”, afirma Fernando de Holanda Barbosa Filho, economista da FGV IBRE.