Bancários resistem à reforma trabalhista para garantir direitos

Protestos realizados pelos bancários nesta quarta –feira (11) reivindicam a assinatura de um pré-acordo com os bancos garantindo as bases da atual Convenção Coletiva de Trabalho. Em início de campanha para renovar a Convenção, os bancários enfrentam a falta de disposição da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que busca rebaixar direitos básicos. A Convenção dos bancários que expira no dia 31 de agosto mantém a mesma proteção e conquistas há 26 anos.

protestos em defesa da CCT na campanha de 2018 - bancários de sergipe - Sindicato dos Bancários de Sergipe

A reforma trabalhista elaborada e sancionada pelo governo de Michel Temer proporcionou aos empregadores a possibilidade de violar direitos. Em vigor desde novembro do ano passado, a reforma consolidou o fim da ultratividade, que assegurava os direitos da Convenção anterior até a assinatura do novo acordo. Sem esse dispositivo, os empregadores tem se negado a manter os direitos em vigor.

São Paulo, Bahia, Sergipe, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio de Janeiro realizaram manifestações para pressionar os negociadores dos bancos a assinarem o pré-acordo ainda nesta quinta-feira (12), quando será realizada nova rodada de negociação com os bancos. Ao contrário do que sempre aconteceu, os bancos não assinaram a o pré-acordo na primeira rodada de negociações no dia 28 de junho.

São Paulo
“Queremos sair da mesa do dia 12 com um calendário de negociações, a exemplo do que sempre fizemos em anos anteriores. Em 2018, nossa CCT completa 26 anos e é um exemplo de construção baseada num processo democrático, com respeito à representação dos trabalhadores e dos bancos. E assim queremos que continue sendo”, afirmou a dirigente bancária Juvandia Moreira ao portal da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Ela é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.

Na opinião de Marta Soares, a resistência dos bancários é para garantir direitos que foram resultado de anos de luta dos trabalhadores. Dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, ela esteve desde o início da manhã desta quarta conversando com trabalhadores no CAB/Itaú, na av Brigadeiro Faria Lima, na capital paulista.

“Em 2017, os cinco maiores bancos tiveram resultados que ultrapassam R$ 77 bilhões. Esse resultado não é feito nem por máquinas e nem por estruturas, mas sim pelos bancários e bancárias que trabalham para atingir metas”, argumentou Marta ao portal Contraf.                                                
                                                                                          Bahia
Em Salvador (BA), dirigentes do sindicato dos bancários daquele estado percorreram cerca de 500 agências mobilizando trabalhadores para fortalecer a campanha salarial. "O fim da ultratividade, por exemplo, é a face mais perversa da nova legislação trabalhista, pois os direitos assegurados pelo acordo coletivo perdem validade depois de 31 de agosto", afirmou o presidente licenciado, Augusto Vasconcelos. 

Se não houve pré-acordo até o dia 31 de agosto os bancários podem ficar sem direitos como vales-refeição e alimentação, auxílio-creche e plano de saúde, entre outros.