Eletricitários no RS resistem à privatização da Companhia Elétrica

Os eletricitários do Rio Grande do Sul estão mobilizados na defesa da Companhia de Energia Elétrica do Estado (CEEE) – uma das principais estatais brasileiras, que está na mira do governo estadual para ser privatizada.

Não à privatização da Companhia de Enegia Elétrica do RS. Governo Sartori 2018 - reprodução/tvt

Apesar de vitórias recentes dos trabalhadores na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, que atrasaram a venda da empresa, eles alertam que ainda há o risco de ela ser privatizada após as eleições deste ano.

Em junho, a Assembleia Legislativa rejeitou projeto que reduziria de 150 para 90 dias o prazo para convocar plebiscito sobre a entrega da CEEE, além de outras estatais gaúchas, como a Companhia Riograndense de Mineração (CRM) e a Sulgás. A derrota adiou os planos do governo Sartori (MDB), que queria votar as privatizações já em outubro.

"Mesmo , muitos deputados diziam que apoiavam o governo, mas lamentavam a falta da CEE em diversos municípios", conta Ana Maria Spadari, presidenta do Sindicato dos Eletricitários do Rio Grande do Sul (Senergisul). Por sua vez, o deputado estadual Pedro Ruas (Psol) afirma que três candidatos ao governo gaúcho nas eleições de outubro declaram a intenção de privatizar a CEEE e que "é preciso derrotá-los".

História

A Usina Hidrelétrica de Bugres foi uma das primeiras a entrar em operação no estado, em 1952. Localizada na serra gaúcha, ela foi criada com o objetivo de levar energia ao parque industrial da região metropolitana de Porto Alegre.

"Na época, me entusiasmei porque vi que era um projeto para o meu futuro. Como trabalhador, eu desenvolvia a energia que era consumida para o progresso do povo do estado", conta Adão Lemes, aposentado da CEEE, em entrevista ao repórter Guilherme Oliveira, da TVT.

Em 1961, a Comissão de Energia estava sob concessão da multinacional Golden Share, que se negava a realizar novos investimentos. O então governador Leonel Brizola desapropriou a norte-americana, dando lugar à CEEE.

Na década de 1990, dois terços da empresa foram privatizados pelo governo de Antônio Britto (PMDB). Entretanto, os trabalhadores alertam que o valor nunca teve retorno para o povo. "Esse dinheiro da venda sumiu, não entrou em nenhuma área", critica Ana Maria.

Confira reportagem na TVT: