Integrante da greve de fome é hospitalizada. Protesto prossegue

Uma das integrantes do grupo de pessoas que está há 15 dias em greve de fome pela libertação de Lula, pelo combate à fome do país e pelo respeito à democracia, cujo nome não foi divulgado, foi conduzida na noite de ontem (14) ao Hospital Universitário de Brasília (HUB) apresentando dores musculares, queda de pressão e se sentindo muito mal.

Greve de fome por Lula recebe apoio de parlamentares - Ricardo Stuckert

Até as 12h30 de hoje ela continuava hospitalizada. Todos os grevistas, segundo informações de médicos que os acompanham, perderam entre oito e 11 quilos, muita massa muscular e têm apresentado sintomas de problemas arteriais.

Eles estão sendo tratados com soro e medicamentos para evitar dores, mas insistem na continuidade da greve, conforme representantes de vários movimentos que foram até o local para prestar solidariedade ao grupo.

“A fraqueza está grande, mas o sentimento é forte. Colocamos nossas vidas à disposição da causa”, disse o militante Jaime Amorin, um dos ativistas, durante ato ecumênico realizado no início da semana.

Na tarde de ontem, o Frei Sérgio Görgen, que participou de audiência ao lado do prêmio Nobel da Paz Adolfo Perez Esquivel, juristas, artistas e representantes de movimentos populares com a ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) também se sentiu muito mal.

O religioso foi conduzido em separado, logo após o encontro, de carro até o local onde estavam os outros integrantes, para tomar um pouco de soro, mas não chegou a precisar ser conduzido a um hospital.

No início da manhã de hoje, um grupo de parlamentares do PT, assim como o ex-prefeito de São Paulo e candidato a vice-presidente na chapa petista Fernando Haddad e a presidenta nacional do partido, senadora Gleisi Hoffmann (PR), estiveram no local para prestar solidariedade aos grevistas.
'Fundamental importância'

Os grevistas deixaram claro que, mesmo diante das condições em que se encontram, pretendem ir para a frente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no final da tarde, para o ato pela candidatura do ex-presidente.

“A defesa deles pelo presidente Lula é a defesa do povo brasileiro. Viemos aqui manifestar nosso reconhecimento e gratidão por esse ato, que é radical sim, porque tem o objetivo de lutar para acabar com a injustiça que se fez contra o nosso ex-presidente, mas de fundamental importância para mostrar a união dos vários movimentos pela transformação do Brasil num país com menos injustiças e onde sejam revistos direitos que foram conquistados e estão sedo retirados”, afirmou a senadora e presidenta petista.

Também Fernando Haddad afirmou que o gesto dos grevistas, assim como dos manifestantes que vão ao TSE nesta quarta-feira, não registra desobediência e sim, ao contrário, “obediência à lei e à Constituição”.