Jucá tenta se descolar de Temer e deixa liderança do governo

Para surfar na onde de intolerância, o senador Romero Jucá (MDB-RR) anunciou por meio das redes sociais que está deixando a liderança do governo. Jucá defende o fechamento da fronteira do Brasil com a Venezuela em Roraima, mas o governo não tem força política para tal medida que já foi considerada pelo Supremo Tribunal Federal como uma violação aos tratados internacionais.

Michel Temer e Jucá

"Acabo de comunicar ao presidente Michel Temer que deixo a Liderança do Governo por discordar da forma como o governo federal está tratando a questão dos venezuelanos em Roraima", escreveu Jucá.

Candidato a reeleição como senador por Roraima, Jucá foi líder do governo no Congresso desde que Temer assumiu a presidência, sendo um braço de Temer no golpe. Foi flagrado em conversa com um ex-diretor da Transpetro em que falou em "estancar a sangria da Lava Jato" e colocar Temer no poder.

Jucá é Temer na eleição e a sua escancarada proximidade com o ilegítimo se tornou prejudicial para suas pretensões políticas, afinal Temer amarga a maior rejeição da história de um presidente.

O motivo do desespero são as pesquisas de intenção de voto. De acordo com o Ibope em Roraima, para o Senado a candidata Angela Portela (PDT) tem 30%; Mecias de Jesus (PRB) está com 26%; e Romero Jucá (MDB) tem 25%.

Temer é figura mais evitada em palanques e está cada vez mais isolado no Palácio do Jaburu. Nem mesmo o seu candidato a presidente, Henrique Meirelles (MDB) , que foi seu ministro da Fazenda, o cita em campanha. Aliados, fazem um esforço para se descolar de sua imagem e Jucá tenta fazer o mesmo.

Na semana passada, o senador participou de uma reunião no Planalto sobre a imigração de venezuelanos e sugeriu que o governo fechasse temporariamente a fronteira do estado, apesar da decisão do Supremo.