Grito dos Excluídos: Denúncia nacional contra violência e privilégios

Segundo Karina, as atividades que compõem o Grito dos Excluídos ganham força a partir do dia 3 de setembro. “O objetivo central é levar as pessoas para as ruas, buscar despertar uma consciência na população e que a partir da realidade delas busquem formas de reivindicação junto aos poderes”.

Ela esclareceu que o Grito não está orientado pelas eleições mas tem sido comum que nessas ocasiões o tema ganhe relevância nos protestos. “Em 2016, por exemplo, muitos estados divulgaram listas daqueles parlamentares que apoiaram o impeachment (da presidenta Dilma Rousseff). Neste ano está se repetindo. Em Manaus fizeram uma lista de candidatos não confiáveis”.

O Grito dos Excluídos de 2018 coincide com dois anos do golpe de 2016 e a plena vigência da Emenda Constitucional, que congelou por 20 anos verbas para saúde e educação, e da reforma trabalhista. São 13 milhões de desempregados, o retorno da mortalidade infantil após anos em queda, e uma profunda crise econômica.

Karina afirmou que a política econômica em curso “só afeta os mais pobres, os ricos nunca são afetados”. Os efeitos das reformas implementadas pelo governo de Michel Temer tem sido tema dos encontros de coordenadores e articuladores do Grito.

“Na própria organização das atividades foi sentido o efeito da crise, das reformas. O desemprego atingindo as pessoas assim como a falta de política pública”.

Rodas de conversa, seminários, marchas, oficinas e encontros são algumas das expressões do Grito pelo país. Karina avaliou que a percepção geral até este dia é que o Grito cumpriu o papel de movimentar as diversas demandas sociais pelo país. “Hoje é difícil reunir as pessoas para pensar, debater, discutir. Mas temos informações que em diversas cidades as pessoas se reuniram por horas para debater os eixos do Grito deste ano”.

As manifestações acontecem em capitais e grandes e pequenas cidades pelo país. Segundo Karina, a cada ano sempre há notificação de novos protestos em diferentes cidades e a reafirmação de bandeiras como a do Rio de Janeiro, que denuncia a violência policial.

“Neste ano a concentração do ato no Rio de Janeiro será no Museu Nacional que foi destruído pelo fogo. Em São Paulo, o tema do ataque à população de rua, defesa da democracia. Em Manaus a luta se concentra em saúde e moradia e em Roraima a denúncia da falta de assistência à população local e as consequências ao povo venezuelano”, enumerou Karina.

Confira algumas cidades que realizam o Grito dos Excluídos neste 7 de setembro:

Manaus (AM)
8h. Concentração na Igreja Santa Clara

Feira de Santana (BA)
7h, concentração em frente aos correios da Presidente Dutra

Brasília
9h30 Ato Museu Nacional Esplanada dos Ministérios

Vila Velha (ES)
8h concentração na praça de Riviera

Goiânia (GO)
16h ato na praça do Ciops

Cuiabá (MT)
15h Paróquia Sagrada Família

Campo Grande (MS)
8h Concentração na Rua Dom Aquino Esquina com a 13

Belo Horizonte (MG)
9h concentração do Grito na praça da Rodoviária

Belém (PA)
8h concentração na praça da Basílica Santuário Nossa Senhora de Nazaré

Curitiba (PR)
9h na paróquia São Benedito (Rua Frederico Stadler Júnior, 441

Recife
8h Praça do Derby

Teresina (PI)
8h concentração no encontro dos rios

Rio de Janeiro
9h Concentração Av Presidente Vargas esquina com Rua Uruguaiana

Boa Vista (RR)
16h concentração em frente ao abrigo Santa Tereza

São Paulo (SP)
9h na praça Oswaldo Cruz (Avenida Paulista)
10h concentração no Largo São Francisco para caminhada até a praça do correio