Expansão do emprego formal aconteceu durante o governo Lula

Segundo a Rais, de 2003 a 2010 foram criados 15,384 milhões de postos de trabalho. Nesse período, PIB cresceu em média 4% ao ano.

 Uma afirmação recorrente nos anos 1990 e parte dos 2000 era de que o emprego formal, com carteira assinada, estava em extinção, diante das transformações do mercado de trabalho. Outra corrente de analistas sustentava que a criação de vagas não era uma questão de custo de contratação, mas de crescimento da atividade econômica. No final do governo FHC, esboçou-se até uma "reforma" trabalhista, com o mesmo argumento de agora: era preciso flexibilizar para que houvesse alta do emprego.

Mas o emprego com carteira teve expansão sem necessidade, justamente em um período de crescimento da economia, durante o governo Lula, quando o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu, em média, 4% ao ano. Quando ele assumiu, em janeiro de 2003, o estoque de vagas formais era de 28,7 milhões, segundo a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho. Em seu último mês de mandato, dezembro de 2010, o estoque era de 44,1 milhões. Nestes oito anos, o saldo aumentou em exatos 15.384.442 postos de trabalho.

No período anterior, os oito anos de Fernando Henrique, também houve aumento do emprego, de acordo com a Rais, mas em ritmo menor: de 23,7 milhões, em 1995, para 28,7 milhões em 2002. Aproximadamente 5 milhões. O crescimento médio do PIB foi de 2,3% ao ano.

Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), também do Ministério do Trabalho, mostram resultados semelhantes. De 1995 a 2002, a diferença entre empregos formais criados e fechados foi de 800 mil. Já de 2003 a 2010, na gestão Lula, o saldo foi de 11,3 milhões.

O emprego continuou crescendo no primeiro governo Dilma (2011-2014), que registrou saldo de 4,8 milhões. Começou a cair a partir de 2015. Ainda assim, uma comparação entre 2002 e 2015 mostra que o estoque de vagas formais, segundo o Caged, passou de 22,8 milhões para 39,7 milhões, sempre no mês de dezembro. Em dois anos, a maior parte sob Temer, o estoque caiu em quase 2 milhões: em dezembro do ano passado, era de 37,9 milhões. Apenas em 2017, o emprego formal ficou estável. O resultado da Rais ainda não saiu.