Publicado 20/09/2018 18:24
A matéria intitulada Mudança de regras trouxe ExxonMobil de volta ao Brasil, publicada pelo jornal Valor Econômico, na terça (18), sobre o aumento dos investimentos da empresa pode ser vista de duas formas. A visão do jornal é positiva e a do mentor da Lei de Partilha também.
Nós, do TID-Brasil, interpretamos que a petrolífera estadunidense só voltou ao Brasil porque a legislação do petróleo mudou. Essa legislação antes era favorável ao País e ao povo brasileiro, e pouco favorável às multinacionais. Por isso, não interessava a ela, que foi ‘tirando o pé’ dos investimentos.
Depois da crise política, com o golpe, que mudou a Lei de Partilha, interessou à Exxon retornar os investimentos no Brasil, porque a nova lei favorece as multinacionais e não o povo brasileiro.
O investimento de pouco mais de R$ 6 bilhões da empresa, como está publicado pelo Valor, não significa emprego no Brasil.
Significa que a companhia está explorando o nosso petróleo, trazendo as plataformas de fora, usando grande parte da base de fornecedores de fora do Brasil e, portanto, o aumento de investimentos não significa geração de empregos e nem estão prosperando a tecnologia, a pesquisa e o desenvolvimento.
Ao contrário, ela está se beneficiando de recursos vultosos que a Petrobras investiu em tecnologia de prospecção em águas profundas para identificar a existência ou não de petróleo.
A ExxonMobil é predadora, em nossa avaliação. Está usufruindo da descoberta e da pesquisa feita pela Petrobras sobre o pré-sal, que demandou muita tecnologia e, o que é pior, explorando com grande parte de fornecedores que estão fora do país.
O que o trabalhador e a indústria nacional ganham com a Exxon aqui? Muito menos do que ganhariam se os campos fossem da Petrobras. Essa é a nossa avaliação. Não tem ninguém bobo nessa história. Não duvidem de que esse é um dos motivos do golpe.
* Rafael Marques é presidente do TID-Brasil