PCdoB: Haddad com frente democrática para tirar o Brasil da crise
A direção nacional do PCdoB reuniu-se nesta segunda-feira para analisar o primeiro turno das eleições. Para a disputa do segundo turno entre Haddad e Bolsonaro resulta de um grande feito das forças democráticas, populares e progressistas. Os comunistas consideram que a vitória da candidatura Haddad depende de amplitude social e política. Para o PCdoB, Haddad é “capaz de pacificar, unir, retirar o país da crise, encaminhá-lo a um novo ciclo de desenvolvimento soberano”.
Publicado 08/10/2018 22:26
Leia a integra da nota do PCdoB:
Unir e retirar o país da crise, com a frente democrática e Haddad presidente
A realização do segundo turno concretiza a aspiração da maioria dos brasileiros(as) de ter mais tempo para fazer a escolha definitiva de sua candidatura presidencial e é resultante de um grande feito das forças democráticas, populares e progressistas, de suas candidaturas à presidência, notadamente de Fernando Haddad, Ciro Gomes, Guilherme Boulos, e também de Marina Silva. É um revés à fascista candidatura de Jair Bolsonaro que catapultado pela grande mídia, por grandes grupos econômicos e financeiros, por setores de corporações do Estado, desencadeou uma grande operação, inclusive com ações ilegais, a exemplo de um turbilhão de fake news para ganhar no primeiro turno. Não conseguiram!
A chapa Fernando Haddad presidente, Manuela d’Ávila vice, com apoio do povo, de personalidades democráticas, porta-voz de um programa de desenvolvimento de defesa clara dos interesses nacionais, democráticos e dos direitos do povo, apoiada pelo grande líder Luiz Inácio Lula da Silva, enfrentou pesado ataque, mas, demonstrando resiliência e liderança, conquistou a confiança de uma parcela grande do eleitorado, despertou a esperança do povo e alcançou a expressiva marca de quase 30% votos e está no segundo turno.
Começa agora uma nova eleição
Na opinião do PCdoB, a candidatura de Fernando Haddad é chamada imediatamente a formar uma frente democrática, a mais ampla possível, tendo como base a unidade da esquerda.
A base para constituir a frente democrática deve ser uma plataforma que absorva proposições dos novos aliados e tenha como base o programa da Coligação “O Povo Feliz de Novo”. Essa plataforma deve conter grandes bandeiras como restaurar a democracia e o Estado Democrático de Direito; pacificar e unir o país, livrando-o da ameaça ditatorial da candidatura fascista de Bolsonaro; retomar o desenvolvimento soberano; incentivar a produção e a geração de empregos; assegurar ao povo e à classe trabalhadora os direitos e as condições a uma vida digna; combate a corrupção; e garantir que o patrimônio nacional, como a riqueza do pré-sal, não será entregue ao capital estrangeiro, como irá fazer com certeza o falso patriota Bolsonaro.
A esquerda unida com PT, PCdoB, PDT, PSB, PSOL, com o engajamento da grande liderança que é Ciro Gomes, e também de Guilherme Boulos, entre outras, de governadores e parlamentares eleitos, de candidatos (as) que disputam o segundo turno aos governos dos Estados, se constituirá no alicerce da frente democrática. Essa frente, na opinião do PCdoB, deve abarcar, para além da esquerda, um elenco de lideranças de várias legendas e personalidades da sociedade brasileira do campo democrático, com perfis políticos e ideológicos diversos, que manifestem apoio à candidatura de Fernando Haddad, tendo a plataforma do segundo turno como referência.
Campanha: amplitude, mobilização do povo, nitidez do que representa cada candidatura
Os comunistas expressam a convicção de que a vitória de Haddad é plenamente possível. A frente de votos obtida pelo candidato da extrema direita pode ser revertida. A soma dos votos das três candidaturas da esquerda atingiu mais de 41% dos votos.
A campanha da chapa Haddad-Manuela – ao dirigir vigorosa mensagem que acolha anseios dos eleitores(as) das demais candidaturas que não foram ao segundo turno, e também dos(as) que votaram nulo ou branco ou não compareceram para votar, de segmentos que por equívoco votaram na chapa oponente –, tem o potencial de alcançar, na soma com os votos de seu campo, a maioria do eleitorado. As pesquisas, por exemplo, apontam que maioria dos eleitores(as) de Alckmin e Marina tendem a votar em Haddad.
A vitória da candidatura Haddad está na razão direta da amplitude social e política de apoios que consiga engajar, do grau que se efetive da mobilização do povo trabalhador e de outras camadas da sociedade, e da nitidez que consiga transmitir ao eleitorado do que representa cada candidatura, do que está em jogo.
A campanha Haddad presidente tem o desafio de deixar claro ao eleitorado que o segundo turno não está polarizado entre “duas candidaturas extremistas”.
O único “extremismo” é o fascismo de Bolsonaro que, se eleito, será um Temer piorado. O país teria um governo “forte”, no sentido ditatorial, mas não com o objetivo de proporcionar segurança ao povo como propagandeiam. Seria exatamente o contrário. Um governo “forte”, declaradamente disposto a usar a violência e o arbítrio para arrancar do povo o pouco que lhe resta de direitos.
Acabar com 13º salário, adicional de férias, e com o que sobrou dos direitos assegurados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT); na prática liquidar com a aposentadoria; cobrar mensalidades na universidade pública; retirar dinheiro do Sistema Único de Saúde (SUS), piorando ainda mais o atendimento. Esta é a ameaça que paira sobre o país.
A campanha das forças progressistas deve ter a capacidade de persuadir, sensibilizar, levar a uma tomada de posição de toda pessoa que tenha a democracia como um dos principais bens da nação brasileira. Objetivamente, pela polarização instaurada, Bolsonaro é o risco real de ditadura e Haddad é a restauração da democracia e do Estado Democrático de Direito. E como já destacou Fernando Haddad, “não há direitos sem democracia”. Na história, toda vez que a nação padeceu sob ditaturas ou regimes autoritários quem pagou o preço mais alto foi o povo com arrocho salarial e restrição de direitos. Os que hoje hesitam, precisam refletir: governo de tipo autoritário, de matriz fascista, começa atingido a esquerda e a classe trabalhadora, mas logo a seguir persegue todo aquele(a) que não lhe for servil.
Fernando Haddad: líder que pode unir, pacificar e retirar o país da crise
Fernando Haddad emerge do primeiro turno como um líder firme e altivo, equilibrado, capaz de, como presidente da República, pacificar, unir, retirar o país da crise, encaminhá-lo a um novo ciclo de desenvolvimento soberano, com empregos e direitos, e salvá-lo da ameaça de um regime ditatorial. Manuela d’Ávila, candidata a vice, com forte vínculo com as mulheres e a juventude, destaca-se com eloquente defesa de um projeto renovado de Nação.
No outro polo, a chapa Bolsonaro-Mourão – por disseminar ódio, violência, intolerância, racismo, por estar comprometida com os rentistas e grandes grupos econômicos com os quais fez um pacto de sangue para aumentar a exploração sobre os trabalhadores e cortar os direitos do povo – irá dividir ainda mais os brasileiros, provocar mais instabilidade, convulsões sociais, o que manterá e aprofundará a crise que hoje paralisa o país.
A campanha Haddad presidente deve ser impulsionada pela mobilização do povo a partir das legendas, dos movimentos, entidades e centrais dos trabalhadores, nas ruas e nas redes; ao mesmo tempo, ativamente ir ao encontro de personalidades do campo progressista, democrático e patriótico com realização de atos e plenárias, manifestos, abarcando intelectuais, artistas, religiosos, esportistas, empresários. Tudo isso com agilidade, criatividade e intensidade, em cada estado, em cada munícipio.
PCdoB seguirá na linha de frente da campanha
O PCdoB seguirá na linha de frente dessa jornada, convicto de que poderemos eleger a chapa Fernando Haddad presidente e Manuela d’Ávila vice.
Nosso Partido obteve um grande êxito com a reeleição consagradora do governador Flávio Dino do Maranhão, em primeiro turno. Também, destacamos, a eleição de Luciana Santos, presidenta do PCdoB, para vice-governadora de Pernambuco, com Paulo Câmara governador.
Nossa legenda elegeu nove deputados e deputadas federais, podendo ainda chegar a dez. Quanto a cláusula de desempenho aguardamos, ainda, as proclamações dos resultados da Justiça Eleitoral nos estados e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Não conseguimos reeleger a senadora Vanessa Grazziotin. Já para as Assembleias Legislativas, o Partido elegeu 21 deputados e deputadas estaduais.
Acontecerá em 13 estados e no Distrito Federal a disputa para governos. Além de reforçar o empenho pela vitória dos aliados que já estamos apoiando, o PCdoB tomará posição de apoio tendo como critério candidaturas que não se aliem a Jair Bolsonaro.
Saudamos a nossa aguerrida militância, nossos apoiadores e apoiadoras, agradecemos os votos das nossas eleitoras e eleitores e conclamamos todas e todos a redobrarem os esforços para que possamos dar uma contribuição ainda mais expressiva para que a democracia e o povo vençam as eleições, elegendo Fernando Haddad presidente e Manuela d’Ávila vice.
São Paulo, 8 de outubro de 2018
Comissão Política Nacional do Partido Comunista do Brasil-PCdoB