Raquel Dodge pede à PF para investigar disseminação de fake news

A procuradora-geral da República Raquel Dodge solicitou nesta sexta-feira (19) à Polícia Federal (PF) a abertura de inquérito para investigar a disseminação de mensagens falsas na eleição presidencial de 2018 por parte de empresas de tecnologia da informação. Para Dodge, a divulgação de informações falsas possui “alta potencialidade lesiva”.

roque dodge - Sérgio Almeida/CNMP

A solicitação da PGR foi encaminhada ao ministro da Segurança Pública Raul Jungmann (a PF é subordinada ao Ministério). No pedido de abertura de investigação, a procuradora-geral da República cita reportagens publicadas sobre o tema.

No dia 18 de outubro, a Folha de S.Paulo publicou reportagem denunciando empresários bancam campanha contra o PT pelo WhatsApp. De acordo com o jornal, “com contratos de R$ 12 milhões, prática viola a lei por ser doação não declarada”.

O PT protocolou ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) referente à denúncia, pedindo, inclusive, que Jair Bolsonaro (PSL) seja declarado inelegível pelos próximos oito anos. Nesta sexta-feira, o TSE deu prosseguimento à ação, mas ainda não decidiu sobre o caso.

Para Raquel Dodge, “o quadro de interferência” nas decisões dos eleitores, com base em falsas informações, representa uma “afronta” à integridade do processo eleitoral. além disso, Dodge disse que essa "é uma nova realidade mundial que exige investigação com a utilização de um corpo pericial altamente gabaritado e equipamentos adequados para se identificar a autoria e materializar a ocorrência desse novo formato de crime”.

A PGR acrescentou que as reportagens sobre o tema já motivaram a abertura de uma apuração por parte da Procuradoria-Geral Eleitoral. Dodge quer que a PF investigue a questão em relação às duas campanhas envolvidas no segundo turno da eleição presidencial.