Temendo derrota, Bolsonaro deve recuar em votar reforma da Previdência

A governo em transição de Jair Bolsonaro (PSL) começa a recuar da proposta de aprovar a reforma da Previdência ainda este ano temendo ser derrotado antes mesmo de assumir o poder. É o que admite o seu vice, general Hamilton Mourão, em entrevista ao G1, da rede Globo.

onyx lorenzoni - Agência Brasil

“O presidente Bolsonaro vai avaliar se vale a pena correr o risco, se é viável com o atual Congresso. Seria ótimo aprovar a reforma da Previdência ainda neste ano, mas não podemos perder antes mesmo de tomar posse, seria um desgaste desnecessário”, afirmou Mourão.

Bolsonaro queria aprovar pelo menos uma parte da proposta de reforma da Previdência encaminhada pelo governo de Michel Temer, mas foi advertido por aliados que a perspectiva para tal empreitada não era boa.

Nem mesmo membros do próprio partido concordavam com a proposta. O deputado federal e senador eleito Major Olímpio, que foi coordenador de campanha de Bolsonaro, foi um dos que rejeitaram a ideia e disse que se a proposta fosse levada a diante, votaria contra.

Se entre aliados o ânimo para votar a proposta não era positivo, imagine entre os demais, principalmente os que não foram reeleitos. De acordo com as contas, cerca da metade da Câmara dos Deputados não terá novo mandato e não está disposta a arriscar a imagem para votar uma medida considerada impopular.

Nas contas do futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, é mais favorável ao governo eleito aguardar a posse para encaminhar o tema para aprovação no Legislativo, já que o perfil do parlamento é ainda mais conservador do que o atual.

Nesta quarta-feira (31), Lorenzoni seu reúne com Eliseu Padilha, ministro a asa Civil e Temer, para começar a tratar da equipe de transição. Lorenzoni diz que o desenho do ministério está praticamente definido e terá entre 15 e 16 pastas.

Além dos nomes já confirmados, como de Paulo Guedes na Fazenda, Marcos Pontes na Ciência e Tecnologia, o general Oswaldo Ferreira deve ocupar a futura pasta da Infraestrutura. Na área educacional, o Ministério da Educação deve perder a responsabilidade pelo ensino superior, que seria transferido para o Ministério de Ciência e Tecnologia.